Crise no Palmeiras? O momento do Verdão - Parte Final




Crise no Palmeiras? O momento do Verdão - Parte Final

 

A máscara caiu de vez!

 

No artigo anterior escrevi a respeito da maneira desastrosa com a qual a presidente Leila Pereira vinha tratando as demandas da torcida alviverde. Deboche, ironia e desprezo pelos torcedores, que pareciam fazer parte da linha de ação da atual mandatária do Verdão, ficaram para trás e Leila Pereira conseguiu estabelecer um novo patamar na sua relação com os palmeirenses.

Na quarta-feira, 11 de outubro de 2023, foi publicada uma entrevista coletiva que foi gravada e contou com a participação de jornalistas escolhidos a dedo. É importante destacar o contexto no qual esta entrevista ocorreu, pois a presidente Leila Pereira não se manifestou por causa da nossa eliminação recente na semifinal da Copa Libertadores. Ela veio a público após várias lojas da Crefisa espalhadas pelo país terem sido alvos de pichações.

Embora Leila Pereira tenha acusado diretamente as torcidas organizadas como sendo as responsáveis pelos atos de vandalismo, sem apresentar qualquer prova, as autoridades de segurança pública ainda devem investigar os casos e apurar quem são os verdadeiros responsáveis para que recebam as punições devidas.

Deixo claro que sempre fui contra qualquer tipo de depredação de patrimônio público ou privado. Eu jamais compactuei com depredações e pichações das instalações do clube, ou de qualquer outro local, sejam por qual motivo for e até já escrevi artigo sobre isso.

A depredação sofrida pelas suas lojas, porém, não isenta a presidente de responsabilidade em relação às suas próprias palavras. A cada entrevista dada adiciona combustível numa fogueira que ela aparentemente não faz questão de apagar e que está tomando as proporções de um incêndio, o que é perigoso para todos, até para ela mesma. Infelizmente ela está cega pela própria soberba e arrogância, e não consegue enxergar o mal que está fazendo à sua própria reputação.

O pior não é o mal que ela faz à sua própria imagem, mas o mal que ela causou à imagem e à história da Sociedade Esportiva Palmeiras. Foi a primeira vez que vi um presidente do Palmeiras no exercício das suas funções fazer declarações que rebaixaram o Palmeiras e a sua história, e ainda se colocando num patamar superior à da instituição que preside.

Não é nenhuma novidade que Leila Pereira seja vaidosa e egocêntrica. Desde que assumiu a presidência do Palmeiras ela deixou transparecer em diferentes ocasiões a sua verdadeira face. A tia Leila, aquela mulher sorridente e agradável, que se misturava com a torcida, que trouxe esperança de uma maior aproximação do clube com os seus torcedores, não existe. A verdadeira Leila Pereira se mostrou mesquinha, egoísta e vingativa.

A própria escolha dos jornalistas para a entrevista é uma prova que Leila Pereira tem sérios problemas com o contraditório e não aceita ser questionada ou confrontada. Se a entrevista fosse aberta à imprensa em geral certamente ela se veria obrigada a responder a perguntas sobre assuntos incômodos.

E na verdade mesmo com os jornalistas selecionados ela acabou se deparando com perguntas incômodas, como sobre o conflito de interesses que ocorre por ela ser ao mesmo tempo a presidente do Palmeiras e também a presidente da patrocinadora do clube. Este é um tema relevante, que é abordado desde antes da eleição de Leila Pereira, merece uma resposta séria e não a que foi apresentada pela mandatária, que estava visivelmente irritada quando deu sua resposta, sem esclarecer o assunto.

As falas da presidente do Palmeiras dizendo que o clube não era nada antes de 2014, que era um clube que se contentava em não cair para a Série B, que só é o que é hoje por conta da sua chegada e do aporte do dinheiro das suas empresas na forma de patrocínio, e que se deixar o clube ele voltará a ser o que era, revoltaram muita gente.

Muita gente mesmo, dentro e fora dos muros do Palmeiras. Ex-presidentes, ex-jogadores, jornalistas, torcedores ilustres e ídolos do Verdão vieram a público manifestar a sua indignação com as declarações da mandatária do Palmeiras.

A torcida tomou as redes sociais e o episódio rapidamente atingiu o topo dos assuntos mais comentados. As mídias alternativas do Palmeiras também se manifestaram de forma indignada, com poucas exceções (as de sempre, na verdade). Até membros de torcidas rivais se mostraram indignados com a maneira como Leila Pereira desrespeitou o Palmeiras e mostrou desconhecer a sua história.

Além de desrespeitar a história do Alviverde, desrespeitou também o trabalho realizado por seus antecessores. Foi Paulo Nobre quem reestruturou o Palmeiras, inclusive colocando dinheiro do próprio bolso, e deu início ao processo de profissionalização que nos trouxe onde estamos hoje.

É óbvio que o dinheiro do patrocínio da Crefisa ajudou neste processo, mas isso não significa que tenha sido indispensável. A prova disso é o fato que foi a própria Leila Pereira quem procurou o Palmeiras para oferecer patrocínio, não foi o clube que foi atrás dela a procura de dinheiro. A própria Leila Pereira já contou essa história inúmeras vezes para mostrar como foi boazinha com o Palmeiras e como resolveu ajudar o clube. Só não diz o quanto ela ganhou nessa relação de negócios, pois as suas empresas cresceram muito depois de terem os seus nomes associados à marca Palmeiras. É uma via de mão dupla e isso ela não admite!

A meu ver, apesar de estar presidente da Sociedade Esportiva Palmeiras, Leila Pereira deixou claro pra todo mundo que não é, nunca foi e jamais será palmeirense. Ela pode até se declarar palmeirense, mas ela não entende o sentimento que nutrimos pelo Palmeiras, ela jamais amará o Palmeiras como nós amamos e ela jamais respeitará e jamais honrará a sua história como nós.

Apesar de tudo de negativo que este episódio proporcionou, creio que podemos extrair ao menos dois pontos positivos disso tudo. O primeiro é que as declarações da Leila foram tão absurdas que serviram para tirar da zona de conforto aqueles que a defendiam. Nem mesmo eles conseguiram passar pano dessa vez. O segundo ponto positivo é que a indignação da torcida levou muitos a questionar quais os meios para que ela possa ser retirada da presidência da SEP e isso fez com que muitos torcedores se interessassem pela política do clube, algo que sempre esteve restrito a um círculo pequeno de pessoas.

Não dá pra saber se ela será retirada do cargo ou não. Mas uma coisa é certa: daqui pra frente a oposição à Leila Pereira dentro e fora das dependências do Palmeiras certamente aumentará muito. Se a reeleição dela era dada como certa, agora já não ocorrerá com a mesma facilidade, caso realmente se concretize.

Enfim, encerro aqui esta série de artigos sobre o momento do Palmeiras. Claro que estes artigos não tinham por objetivo abordar tudo sobre o momento atual, eu tentei dar ênfase para as situações relevantes envolvendo o Verdão e que contribuíram para o fim da nossa era vencedora.

Desde o ano passado eu venho afirmando que chegaria o momento no qual pagaríamos o preço pela omissão da diretoria e da presidência sobre questões pontuais que precisavam ser resolvidas para não comprometer o nosso desempenho dentro de campo.

Os dirigentes do Palmeiras, em nome da austeridade financeira, acabaram por ignorar necessidades urgentes do time e acharam que seria possível manter o alto desempenho sem investimentos e sequer foram capazes de repor os jogadores que saíram, o que era o mínimo que deveriam ter feito.

Com isso Abel Ferreira acabou ficando com o elenco curto que tanto quis. E foi obrigado a mostrar que esta preferência era acertada e que sabia como trabalhar com um elenco com poucas peças. O resultado todos nós vimos.

Abel Ferreira tem a sua cota de responsabilidade pelo que ocorreu dentro de campo, mas a responsabilidade maior é de Anderson Barros, a quem coube ir ao mercado da bola e buscar reforços, tendo fracassado nas duas janelas de transferências desta temporada. E também é responsabilidade de Leila Pereira, que ainda insistirá em manter Barros na Diretoria de Futebol apesar dos fracassos que nos custaram as eliminações na Copa do Brasil e na Copa Libertadores nesta temporada.

O Palmeiras precisa repensar o seu planejamento e precisa urgentemente repor os jogadores que saíram, além de trazer alguns reforços pontuais. Não podemos nos esquecer que nosso elenco tem jogadores que atuam há vários anos consecutivos e muitos já dão claros sinais que o seu ciclo está se encerrando.

Espero que estes problemas fiquem restritos a este ano apenas e que as coisas mudem para a próxima temporada. Mas pelas falas da nossa presidente e pela sua insistência em bater de frente com todo mundo, o mais provável é que teremos uma temporada de 2024 pior que a deste ano. Espero, de verdade, estar enganado.

O ideal seria que Leila Pereira não se candidatasse à reeleição, ou que fosse derrotada. Melhor ainda seria se ela fosse retirada do cargo antes da próxima eleição. Não há como continuar com ela na presidência depois de todo o desrespeito que teve com o clube e os seus conselheiros, sócios e torcedores. Não tem mais clima pra ela continuar gerindo o clube e nem respondendo pela nossa instituição.

Na boa, espero que este pesadelo chamado Leila Pereira termine o quanto antes e o Palmeiras volte a ser o Alviverde Imponente que sempre foi.


Leia os artigos anteriores nos links abaixo:

Crise no Palmeiras? O momento do Verdão - Parte I: Teu passado te condena!

Crise no Palmeiras? O momento do Verdão - Parte II: Os reforços que não reforçaram!

Crise no Palmeiras? O momento do Verdão - Parte III: A Família Abel Ferreira

Crise no Palmeiras? O momento do Verdão - Parte IV: O dia "D". Seria "D" de desfrute?

Crise no Palmeiras? O momento do Verdão - Parte V: Ela sentiu o golpe!



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