Crise no Palmeiras? O momento do Verdão – Parte V



Ela sentiu o golpe!

 

As últimas semanas têm sido bastante movimentadas para a torcida alviverde. Além das dificuldades enfrentadas pelo nosso time dentro de campo, também tivemos que lidar com a falta de ação da diretoria, que desperdiçou a janela de transferências deste meio de ano para trazer as reposições e os reforços que o time precisa desde o início da atual temporada.

Em menos de trinta dias vimos o nosso diretor de futebol vir a público e reconhecer que cometeu erros na condução das negociações nas quais se envolveu, e se mostrou o principal responsável pelo fracasso do Verdão no mercado da bola. Ao lado da presidente, são os responsáveis pela vergonha que o time está passando diante de rivais, torcidas adversárias e da mídia esportiva no Brasil e no exterior.

A presidente do Palmeiras pode ser uma excelente gestora de suas empresas e uma ótima empresária, mas o sucesso na administração das suas empresas não faz dela automaticamente uma boa gestora de um clube de futebol.

Que Leila Pereira não entende nada de futebol não é nenhuma novidade. Ela nos mostra de forma clara através das suas ações que não sabe definir prioridades e não sabe buscar soluções que permitam ao Palmeiras continuar investindo na melhoria do seu plantel sem que isso prejudique a busca do desejado equilíbrio financeiro.

Como já mencionei antes, o fato dela não entender de futebol não seria necessariamente um problema se ela se cercasse de pessoas capazes de auxiliá-la. Não dá pra dizer que Anderson Barros, o nosso diretor de futebol, seja uma dessas pessoas capazes. Com tantas admissões de fracasso, ele já teria sido demitido de qualquer empresa ou instituição séria.

Diante de todas as cobranças que vêm recebendo, a presidente Leila Pereira preferiu optar pelo confronto com a torcida e escolheu responder às reivindicações com deboche, sarcasmo e mostras de alienação da realidade ao invés de agir como a procuradora dos torcedores, algo que ela mesma prometeu fazer.

A presidente tem enfrentado protestos e reivindicações baseados em suas próprias palavras. Mencionei em artigos anteriores que uma das causas dos nossos atuais problemas é a falta de comunicação institucional. Promessas foram feitas e não foram cumpridas. E o torcedor tem todo o direito de cobrar uma satisfação daquela que fez as promessas sem que ninguém a obrigasse.

A mais recente resposta da presidente do Palmeiras às demandas da torcida veio no sábado (29) através de uma matéria publicada pelo site Lance. Intitulada “Saiba quanto a atual patrocinadora do Palmeiras investiu no clube desde o início da parceria”, o texto mais parece um informe publicitário do que uma matéria jornalística, já que informa apenas a parte que interessa à nossa patrocinadora e omite, de forma intencional ou não, os demais números pertinentes à parceria entre o Palmeiras e as empresas de Leila Pereira.

Todos reconhecem a importância dos investimentos feitos pela Crefisa no Palmeiras desde o início da parceria em 2015 e ninguém nega que tais investimentos foram fundamentais para que o clube chegasse ao patamar atual. O que precisa ficar claro é que foi uma via de mão dupla, pois o crescimento da Crefisa e da Faculdade das Américas (FAM) após o início do vínculo com a marca Palmeiras em 2015 foi excepcional.

As marcas Crefisa e FAM passaram a ter exposição internacional graças às participações do Palmeiras em torneios como a Copa Libertadores e o Mundial de Clubes da FIFA. Qualquer pessoa no país sabe hoje quem é Leila Pereira e quem é a patrocinadora do Palmeiras. O mesmo não ocorre com outros clubes, cujo conhecimento da empresa patrocinadora geralmente fica restrito à sua própria torcida.

Por que Leila Pereira não vem a público e revela o quanto suas empresas ganharam com a parceria com o Palmeiras? Ela não faz isso porque muito provavelmente os valores que suas empresas lucraram com o Palmeiras são muito superiores aos investimentos feitos no clube.

Uma coisa é óbvia: quanto maior o valor investido pela Crefisa/FAM no Palmeiras, maiores os seus lucros. Não se trata de um favor feito por estas empresas ao Palmeiras. É uma relação de investimento que visa benefícios para ambas as partes: aumento da competitividade para o Palmeiras e lucro/exposição das marcas para a Crefisa/FAM. A presidente Leila Pereira só mostra um lado da moeda. Por que não abre o jogo e mostra o outro lado, o quanto ganhou (e ainda ganha) com tudo isso?

Ela tenta posar como a grande benfeitora do Palmeiras, que pôs dinheiro do próprio bolso no clube sem ganhar nada em troca. Trata-se uma falácia, uma grande mentira.

Até mesmo uma empresa de Leila Pereira que sequer possui vínculo de patrocínio com o Palmeiras tem se aproveitado do nome do clube para ganhar exposição midiática sem que isso gere retorno para o Verdão. Trata-se da Placar Linhas Aéreas, empresa que se tornou conhecida graças à associação do seu nome com a marca Palmeiras.

Vale lembrar que o Palmeiras ainda não utilizou os serviços aéreos da empresa, e que quando os utilizar não será de graça. Porém, a publicidade já foi feita e a associação com o nome Palmeiras também, já que todos consideram que o avião adquirido pela Placar Linhas Aéreas é o “avião do Palmeiras”.

Apesar de todo o investimento feito por suas empresas, Leila Pereira nunca terá a coragem de admitir publicamente que a exclusividade obtida pela Crefisa/FAM no patrocínio impede que o Verdão busque patrocínios adicionais para fortalecer as suas finanças e que esta exclusividade tem prejudicado o clube, que se torna refém da sua própria presidente, pois ela também é a presidente das empresas patrocinadoras. É um evidente conflito de interesses que mostra que de benemérita Leila Pereira não tem nada.

Isto Leila Pereira não comenta e a imprensa não informa. Tudo tem sido feito de forma a pintar a presidente Leila Pereira e suas empresas como se fossem indispensáveis ao Palmeiras, e como se o clube dependesse dela e da Crefisa/FAM para seguir em sua trajetória de sucesso. Ledo engano, presidente! Não precisamos de você e das suas empresas. Vocês é que dependem de nós. E a sua resposta às nossas demandas só mostra que temos razão.


Continua



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