Histórias de Data FIFA. Ou seriam histórias da carochinha?



Os torcedores do Palmeiras já estão acostumados com as várias novelas protagonizadas pelo clube, principalmente quando o assunto é o mercado da bola. São inúmeras as cortinas de fumaça criadas para desviar a atenção dos torcedores e evitar que assuntos incômodos à diretoria e à presidência do clube se tornem alvos de debates e, principalmente, alvos de questionamentos.

O objetivo do meu blog é externar o que eu penso a respeito de tudo o que diz respeito à Sociedade Esportiva Palmeiras. Como torcedor, acredito que tenho o direito de buscar informações sobre tudo o que diz respeito ao meu clube do coração, e acredito também que tenho o direito de conhecer e entender as decisões tomadas pela direção do clube, bem como de questionar tudo aquilo que não estiver com a clareza devida e de criticar tudo o que eu achar que mereça ser criticado.

Eu sempre tento ser coerente nas minhas análises, seja aqui no blog, seja nas lives das quais participo. Sempre procuro analisar todos os ângulos possíveis de uma questão para emitir uma opinião embasada em fatos, não em achismos. E quando critico, não faço críticas vazias, sempre tento embasar minhas críticas e busco apontar os erros para que as soluções possam ser buscadas. Eu critico porque acredito que há uma maneira melhor de se fazer o que estou criticando.

Nós que fazemos parte da chamada mídia alternativa palmeirense, com raras exceções, trabalhamos com as informações que temos à mão. A maioria de nós não tem fontes ou acesso a informações privilegiadas de dentro do clube. Se nossas críticas e análises não são suficientemente embasadas, isto se deve mais à omissão na divulgação de informações por parte da direção do Palmeiras, do que pela nossa incapacidade de analisar os fatos.

Inicio este artigo com todas estas explicações para deixar claro que não mudarei a minha maneira de expor o que penso. Todas as minhas críticas e elogios se baseiam em fatos. Minhas críticas e elogios são direcionados às ações e decisões tomadas por aqueles que estão no comando do Alviverde. Não faço críticas pessoais, faço críticas aos profissionais e ao trabalho executado.

Dito tudo isto, gostaria de manifestar a minha estranheza em relação às notícias divulgadas pela imprensa ontem, 13 de setembro de 2023. Uma delas diz respeito à queixa feita pelo Peñarol junto à FIFA pelo atraso do Palmeiras no pagamento da última parcela referente à compra do passe do lateral-esquerdo Piquerez, no valor de US$ 900 mil, que deveria ter ocorrido em julho. A outra notícia é sobre uma ordem judicial de restrição, que busca impedir que três membros da direção da torcida organizada Mancha Alviverde se aproximem da presidente Leila Pereira. Vou expor o que penso sobre cada uma destas notícias.

A cada dia a minha decepção com a gestão da presidente Leila Pereira aumenta. E esta decepção ocorre justamente porque eu acreditei que ela faria uma boa administração e porque acreditei nas palavras dela, em tudo o que ela disse que faria em prol do torcedor. Está tudo registrado em vídeos, minha decepção não é infundada, ao contrário, a minha decepção se baseia nas palavras proferidas pela própria Leila.

A meu ver a questão envolvendo o pagamento da última parcela da aquisição do passe do lateral-esquerdo Piquerez junto ao Peñarol, do Uruguai, envolve também a tentativa de contratação do jogador Roberto Pereyra, da Udinese. Diante dos fatos e informações que tenho em mãos, acredito que a negociação com o Pereyra não passou de cortina de fumaça para desviar a atenção e dar à direção o tempo necessário para resolver a situação com o Peñarol. Pelo jeito não deu certo.

Muitas pessoas vieram a público manifestar a opinião de que esta tentativa de contratação seria uma cortina de fumaça, mas no sentido de que ela jamais teria ocorrido de fato. Eu já penso que se tratou sim de uma cortina de fumaça, mas acredito que a negociação de fato ocorreu, com o Palmeiras não tendo a intenção real de trazer o jogador.

Isto explica a estranha insistência do Verdão em negociar com um jogador que desde o início deixou clara a sua intenção de permanecer na Europa. Além disso, segundo informações divulgadas pela imprensa, a questão financeira nunca foi um problema nesta negociação, ao contrário do que ocorreu nas últimas tentativas de contratar jogadores.

Informações dão conta que o Palmeiras teria oferecido a Pereyra 2 milhões por um contrato de 16 meses, até o fim de 2024. Tal valor seria superior ao que o atleta recebia na Udinese. Apesar da proposta financeiramente interessante, prevaleceu o desejo do atleta, manifestado desde o início das tratativas, de permanecer na Europa. Poucos dias depois do Palmeiras ter feito a sua proposta, a própria Udinese anunciou que continuaria com o jogador por mais uma temporada.

A pergunta que não quer calar é: como é possível o clube que deve US$ 900 mil ao Peñarol desde julho fazer uma proposta de 2 milhões ao Pereyra? E mais: se o clube sabia que tinha que honrar este compromisso com o Peñarol em julho, como manteve negociações com outros jogadores no mesmo período, como ocorreu com o Santiago Hezze, do Huracán, e com o Aníbal Moreno, do Racing?

Por mais que os dois milhões de euros não fossem pagos de forma integral, é estranho que o clube mantivesse negociações enquanto não conseguia honrar um compromisso com outro clube, permitindo que o caso chegasse à FIFA e se tornasse público, causando um vexame tremendo para o clube.

Lembrando que esta não é a primeira vez que o Peñarol acionou o Palmeiras através da FIFA por causa de atraso no pagamento envolvendo a compra do passe de Piquerez, também fica a pergunta: será que o fracasso em tantas negociações para a contratação de reforços se deve a esta mancha que a nossa diretoria permitiu que recaísse sobre o Palmeiras, que poderia ser visto hoje como um time mau pagador, ou um time que cria problemas àqueles com os quais negocia?

Não consigo entender como é possível que um clube com o porte do Palmeiras tenha dificuldades para honrar um compromisso como este com o Peñarol. As duas últimas temporadas tem sido as que o clube mais arrecadou com premiações, vendas de jogadores e bilheteria, só pra citar algumas das diversas fontes de receitas do clube. Como é possível que num momento de prosperidade como este haja esta dificuldade em honrar compromissos financeiros? E se há esta dificuldade, como o clube vai ao mercado em busca de reforços?

Óbvio que precisamos de reforços, e não é de hoje. Não é esta a questão. O que não entendo é que aparentemente o Palmeiras não tem dinheiro e vive uma situação financeira preocupante. Se esta situação é real, porque a diretoria não vem a publico explicar a situação aos associados e torcedores, evitando assim as imensas cobranças por reforços que foram feitas?

Creio que a diretoria não expõe a situação real simplesmente porque não quer. Não se sente obrigada a isto. Não sente a necessidade de prestar contas ou responder a questionamentos. Não se importa com o que o torcedor pensa. A nossa diretoria age como se não precisasse dar satisfações a ninguém. Nem mesmo os membros do Conselho Deliberativo conseguem obter respostas a estes questionamentos.

Serei justo. Na verdade a diretoria responde sim às críticas e questionamentos feitos pela torcida e pela mídia alternativa palmeirense.

A resposta às mídias alternativas nós vimos logo no início da atual gestão, quando a tentativa de aproximação da diretoria com as mídias foi simplesmente cancelada sem maiores explicações. Também vimos que o pouco espaço que a diretoria destina às mídias alternativas se destina àquelas que apoiam incondicionalmente as ações da diretoria e exaltam a figura da presidente. Qualquer questionamento, por menor que seja, resulta em ostracismo.

E aqui chego ao pedido de uma medida restritiva feito pela presidente Leila Pereira contra três integrantes da direção da torcida organizada Mancha Alviverde. Segundo as informações disponíveis na imprensa, tal medida foi tomada depois que algumas pessoas usaram o chat de uma live promovida pela torcida organizada para ameaçar a presidente.

Certamente não apoio qualquer tipo de ameaça ou ato de violência, seja contra quem for. Já manifestei este meu posicionamento contra a violência em artigos anteriores. Porém, acredito que a presidente não tomou esta medida por se sentir realmente ameaçada, mas sim se aproveitou da situação para intimidar não apenas a torcida organizada, como também as mídias independentes palmeirenses. Afinal, se membros da Mancha Alviverde, com toda a sua história e importância, são alvos deste tipo de ação e responsabilizados por aquilo que terceiros disseram numa das suas lives, o que poderá acontecer com os youtubers e demais membros da mídia alternativa palestrina, que não poupam adjetivos nas críticas que fazem à presidente e à diretoria?

A meu ver, trata-se de clara medida intimidatória que visa calar a parcela da torcida que ousa usar as redes sociais para questionar e exigir uma satisfação daquela que preside para poucos. O Palmeiras de todos foi apenas um slogan eleitoral, que perdeu a importância no momento em que a atual mandatária tomou posse.

Já há sinais claros da intimidação gerada pela medida judicial contra os membros da Mancha Alviverde. Já é possível ver muitos integrantes da mídia alternativa pisando em ovos para se referir à presidente e mudando a postura crítica com receio de possíveis consequências judiciais. Em outras palavras, a presidente Leila Pereira conseguiu intimidar boa parte da mídia alternativa palmeirense e é possível que a quantidade e o tom das críticas e cobranças diminuam daqui pra frente.

Da minha parte, manterei as minhas críticas no mesmo tom. Nunca fiz críticas pessoais a Leila Pereira. O que sempre fiz foi questionar e cobrar esclarecimentos sobre assuntos administrativos e que envolvem a gestão dela. Também cobro as promessas feitas, e há inúmeros vídeos com as falas da então candidata que embasam as minhas cobranças e me dão a segurança necessária para questionar sem temer retaliações jurídicas.

Sou palmeirense e ninguém tirará de mim o direito de questionar aqueles que dirigem e tomam decisões que envolvem o meu time do coração. A presidência alviverde se mostra adepta de um autoritarismo que não pode ser tolerado. Tudo o que pedimos é transparência e acesso a mais informações para que possamos saber a verdade sobre o momento do Palmeiras.

A presidente Leila Pereira, enquanto dirigente máxima do Palmeiras, não tem o direito de ignorar os torcedores, que são o maior patrimônio do clube. Ela precisa descer do seu pedestal e passar a tratar os torcedores com o respeito que merecem.

Por mais que tentem esconder ou dissimular as coisas através das cortinas de fumaça, os torcedores que amam e acompanham de perto o Palmeiras facilmente percebem as manobras que são feitas com o objetivo de tentar intimidar e calar aqueles que cobram respostas para questões válidas. Se tais tentativas de retaliação existem, é porque a mídia está no caminho certo e as críticas estão incomodando.

Se as críticas incomodam tanto, por que a diretoria e a presidência simplesmente não respondem? A resposta para esta pergunta nós já temos: as respostas não vêm porque a soberba e a arrogância não permitem.

Afinal, quem são os torcedores na fila do pão, não é mesmo?



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Comentários

  1. Sander pra mim foi FAKE news de algumas pessoas da mídia alternativa palmeiras infelizmente pra ganhar clique que não tinha nada pra falar na semana das eliminatórias pra copa do mundo e sobre o piquerez uma vergonha total infelizmente

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    1. Muito obrigado por ler e comentar, Leandro! Só não foi fake news pq o outro time se manifestou, bem como o próprio jogador. Se fosse fake, teria apenas o material de qem produziu a fake news, o que não houve nesse caso! No caso do Piquerez, realmente foi uma vergonha!

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