Era para ser um grande jogo, mas...

No último domingo (28) o Palmeiras esteve em Belo Horizonte para enfrentar o Atlético-MG, no Mineirão, na partida válida pela oitava rodada do Campeonato Brasileiro.

Todos esperavam um grande jogo, afinal duas das maiores e melhores equipes da elite do futebol brasileiro iriam se enfrentar. Inclusive ambas as equipes são fortes candidatas ao título brasileiro.

A partida em si até foi boa, teve bons lances e a dificuldade esperada em jogos entre grandes equipes, mas poderia ter sido melhor se os responsáveis pela organização das competições nacionais se preocupassem com coisas básicas, como a qualidade do gramado, por exemplo. Chega a ser inacreditável que no país do futebol os gramados dos principais estádios e arenas estejam em estado lamentável, muito abaixo da qualidade mínima esperada para a realização de jogos da Série A do futebol nacional.

E se isso não bastasse, ainda há os que criticam as arenas que optaram pela utilização de gramados sintéticos, como é o caso do Allianz Parque, mesmo que estes gramados sintéticos estejam atendendo a todos os critérios de qualidade estabelecidos pela FIFA. É inacreditável que haja pessoas que defendam gramados como o do Mineirão, mesmo com a qualidade muito superior de gramados como o do Allianz Parque.

E não estou defendendo que todos os estádios e arenas passem a ter gramado sintético. A questão é que todos os estádios e arenas brasileiras que recebem os jogos da elite do futebol verde e amarelo deveriam obedecer a padrões rígidos de qualidade. Afinal ninguém quer que jogadores cujos passes valem milhões de euros se lesionem durante uma partida por conta de um gramado irregular. A pouca atenção que se dá a algo básico como a qualidade do gramado mostra o amadorismo que permeia as instituições que cuidam do nosso futebol.

Era pra ser um grande jogo, mas além da questão básica da qualidade do gramado, houve também as questões envolvendo mais uma área básica do futebol: a arbitragem. A maneira como o gol do Rony foi anulado é escandalosa e escancarou a precariedade da nossa arbitragem.

E quando me refiro à precariedade, estou me referindo à precariedade profissional, técnica e moral. Precariedade profissional porque os nossos árbitros sequer são profissionalizados. Precariedade técnica porque se propõem a fazer algo e sequer tem as condições técnicas para tal, como é o caso do VAR. Obviamente não é responsabilidade dos árbitros providenciarem os equipamentos necessários para a análise através de vídeo, porém caberia a eles cobrar dos responsáveis a estrutura necessária para que possam fazer da melhor maneira possível o trabalho que lhes é proposto e é nesse ponto que vemos a precariedade moral dos envolvidos, que não se importam se o que fazem prejudica ou não as equipes dentro de campo.

A qualidade da estrutura e equipamentos utilizados pelo VAR está a anos-luz do nível básico necessário. Estamos numa era onde a TV aberta transmite seus programas através de sinal digital com qualidade HDTV e por isso acho inaceitável que uma decisão importante como a anulação de um gol por impedimento seja feita utilizando-se uma imagem cuja qualidade deveria corar de vergonha qualquer profissional sério.

Não é possível aceitar como normal o fato do VAR não ter as suas próprias câmeras, de alta qualidade e instaladas em pontos estratégicos do campo, e depender das imagens da emissora que está fazendo a transmissão da partida. Emissora esta que, ciente da repercussão das decisões da arbitragem e do impacto negativo que teria sobre a opinião pública, sequer teve a coragem de mostrar durante o intervalo da partida as imagens referentes à anulação do gol do Rony.

Era para ser um grande jogo, mas resolveram utilizar uma imagem inconclusiva para anular um gol e, dessa maneira, alterar não apenas o rumo, mas principalmente, o resultado de uma partida entre duas equipes que são candidatas ao título da competição. Isso acaba por levantar suspeitas entre os torcedores e os próprios clubes.

E o áudio do VAR relacionado a esta partida que foi divulgado só aumentou a desconfiança e a indignação dos torcedores palmeirenses. É uma situação revoltante e inaceitável. Era para ser um grande jogo, mas infelizmente mais uma vez o Palmeiras foi prejudicado pela atuação bizarra de uma arbitragem tendenciosa e formada por indivíduos em sua maioria despreparados e com caráter duvidoso.

E houve outras decisões da arbitragem que minaram a qualidade da partida, como o caso da falta de Pavón em Vanderlan que deveria ter resultado no segundo cartão amarelo, e consequente expulsão, do jogador do Galo.

Era para ser um grande jogo, mas infelizmente a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) não se preocupa em providenciar o mínimo necessário para que os campeonatos que organiza tenham como foco a disputa justa entre duas equipes dentro de campo: gramado e arbitragem criteriosa e profissional.

Era para ser um grande jogo, mas os clubes também são responsáveis pela situação de gramados e arbitragem, pois pouco ou nada fazem para cobrar providências dos responsáveis, e os problemas seguem sem soluções à vista. E é óbvio que se os grandes clubes se unissem na cobrança por soluções elas certamente viriam com rapidez.

Independente de haver ou não união entre os clubes para a busca de soluções junto à CBF, o Palmeiras não pode permanecer calado diante de mais uma situação grotesca envolvendo a arbitragem. Já fomos prejudicados demais. O mínimo que eu espero da nossa diretoria é que se posicione e cobre soluções publicamente. A torcida alviverde não pode ser abandonada à própria sorte e cabe à nossa diretoria mostrar que está atuando em defesa da Sociedade Esportiva Palmeiras.

Era para ser um grande jogo, mas mais uma vez nós, torcedores, deixamos de assistir a um confronto entre duas grandes equipes e fomos espectadores de um espetáculo grotesco protagonizado não pelos atletas, mas pela arbitragem, pela mídia e pela entidade responsável pela organização do Campeonato Brasileiro e também de toda a estrutura do futebol nacional.

Até quando teremos que afirmar que era para ser um grande jogo, mas...?



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