Analisando a Coletiva Pós-Jogo #19
Analisando a Coletiva Pós-Jogo #19
Palmeiras – Cuiabá – Brasileirão 2023
Após a
vitória por 2x1 sobre o Cuiabá na partida da primeira rodada do Campeonato
Brasileiro, realizada no Allianz Parque no sábado (15), o Professor Abel
Ferreira concedeu a tradicional coletiva aos jornalistas presentes.
Dadas as
questões polêmicas envolvendo a arbitragem dessa partida, que foi péssima, o
assunto dominante da coletiva foi a expulsão do Professor. Vale lembrar que
Abel Ferreira estava no comando do Palmeiras nessa partida porque o clube
conseguiu que o Superior Tribunal Justiça Desportiva (STJD) convertesse a pena
de suspensão que o Professor havia recebido por conta da sua expulsão na final
da Supercopa do Brasil em doação de cestas básicas para instituições de
caridade.
Ser expulso
nessas circunstâncias provavelmente fará com que o STJD seja mais rigoroso em
seu julgamento, o que poderá aumentar a pena, ou seja, o número de jogos de
suspensão que o Professor deverá receber.
Sobre a
arbitragem, o Professor Abel Ferreira considerou-a confusa, e os próprios
jornalistas presentes chegaram a relatar, na elaboração das suas perguntas,
episódios da partida onde eles próprios ficaram sem entender as decisões do
árbitro.
Um exemplo desses
episódios foi a anulação do gol de Breno Lopes, sob a justificativa de
impedimento. A decisão não ficou clara e o que ocorreu a seguir gerou muita
confusão, inclusive entre narradores esportivos e entre os torcedores presentes
no Allianz Parque. A praxe não foi respeitada, já que o árbitro encerrou a
partida antes que a bola fosse reposta em jogo pelo goleiro Walter após o impedimento
ter sido assinalado.
Sobre a sua
expulsão, o Professor foi enfático ao dizer que não entendeu o motivo da sua
expulsão. Aliás, Abel Ferreira também disse não ter entendido o cartão recebido
por Flaco López e estava questionando esta decisão quando também recebeu o
cartão amarelo.
Já a
expulsão, que veio com um cartão vermelho direto, segundo o Professor não há
justificativa, já que ele alega que não ofendeu em nenhum momento o árbitro ou
seus auxiliares e alega também que não deu motivos que justificassem uma
expulsão direta.
Abel também
afirmou estar curioso para saber qual a justificativa para a sua expulsão que o
árbitro Paulo Cesar Zanovelli da Silva iria registrar em sua sumula da partida.
Algumas
declarações do Professor deixaram muitos torcedores palmeirenses preocupados,
pois ele chegou a afirmar que se sente triste, desmotivado e desiludido em
continuar atuando no Brasil. “Tira-me a vontade de estar aqui”, foram as suas
palavras. Além disso, afirmou que sofre a pressão da sua própria família para
melhorar o seu comportamento em campo. E que a própria família lhe diz que ele não
é obrigado a suportar essas situações e perseguições, e que se estiver num
nível insuportável então é chagada a hora de ir embora.
Realmente é
algo que preocupa, pois sabemos que uma saída súbita de Abel Ferreira traria
enormes problemas para o Palmeiras. Porém, acredito que ele não sairá antes do
término do seu contrato, no ano que vem. O que pode acontecer, a meu ver, é a
não renovação do Professor por conta destes problemas.
O que
alivia bastante a nossa tensão como torcedores é que mais adiante na coletiva
ele afirmou que gosta de estar aqui no Palmeiras, que gosta de trabalhar com a
estrutura que o clube lhe fornece e que gosta de trabalhar para a evolução dos
seus jogadores. Isso vem ao encontro do que ele havia dito numa coletiva
anterior, quando afirmou que a sua comissão técnica não quer ir embora. Mas ele
também havia afirmado que os próximos
passos serão muito bem pensados, inclusive com a sua família, o que eu acredito
indicar que existe a chance de renovação, mas essa renovação dependerá da
análise cuidadosa de vários fatores, inclusive e principalmente os fatores
extra-Palmeiras.
Outras
questões que foram abordadas chamaram a atenção, como o problema físico de
Endrick, não mencionado em detalhes pelo Professor. E a formação tática dos
nossos jogadores nesta partida, com o Dudu atuando pela esquerda e Artur pela
direita, com o Flaco mais recuado pelo meio. Abel Ferreira voltou a mencionar a
questão do calendário, afirmando que seria mais saudável se fossem respeitadas
72 horas de intervalo mínimo entre as partidas.
Nosso
treinador enfatizou algo que nós torcedores já percebemos, que é o fato dessa
temporada ser mais difícil que a do ano passado, por conta dos nossos atuais
desfalques. Ele não mencionou diretamente, mas eu acrescento aqui a falta de
reforços. Abel Ferreira lembrou que todas as equipes que nos enfrentam entram
em campo com uma determinação a mais, o que nos causa uma dificuldade maior.
O tom do
Professor em toda a coletiva foi melancólico, dava pra perceber que ele
realmente estava abatido com a sua expulsão.
Baseado nas
coletivas anteriores eu acredito que se ele tivesse de fato feito algo que
resultasse na sua expulsão, ele admitiria, como já fez outras vezes. Ele sempre
reconheceu a necessidade de melhorar esse seu lado explosivo, que ele tenta
justificar creditando à sua intensa competitividade.
Uma coisa é
certa: com a mudança nos critérios da arbitragem, com a tal “tolerância zero”
sendo a régua daqui em diante, Abel Ferreira deverá se policiar ainda mais à
beira do gramado. Até porque a tal tolerância zero parece ser principalmente
com o nosso treinador, já que hoje sabemos que a palestra da CBF sobre a
tolerância zero usou Abel Ferreira como exemplo da má conduta que a nova regra
iria combater.
Não é
segredo pra ninguém que há tempos o Professor está na mira da arbitragem e
qualquer coisa que ele faça na beira do gramado será usada como justificativa
para punições.
Mais que
preservar o nosso português, temos que pensar também nos prejuízos esportivos
que tantas expulsões podem trazer para o Palmeiras. Além da avalanche de
críticas que vêm da imprensa tendenciosa, tantas expulsões acabarão por minar
aos poucos o desejo de Abel Ferreira e da sua família em permanecer no Brasil.
Vamos trabalhar para blindar Abel Ferreira, mas ele também precisa fazer a sua
parte.
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