Violência no futebol: NADA a justifica
Que o futebol é um esporte das massas, não é novidade. Também não é novidade que o futebol é um dos esportes mais apaixonantes que existe, e que arrebanha milhões de praticantes e torcedores ao redor do mundo.
A paixão
por um time de futebol é algo comum, afinal quem não conhece um torcedor “fanático”
pelo seu clube, seja este qual for? Porém, existem dois tipos de torcedores “fanáticos”:
aqueles que amam o seu time do coração e buscam acompanhá-lo aonde quer que ele
vá, sempre querem estar por dentro de
tudo o que acontece com o clube, seus jogadores e tudo o que se relacionar ao
seu time, defendendo-o de forma ferrenha, na vitória ou na derrota. E há
aqueles que fazem tudo isso, mas que também se deixam levar pelo caminho da
violência para defender as cores do seu time do coração, principalmente diante
de uma derrota.
São
inúmeros os casos de violência relacionados ao futebol. Desde árbitros
agredidos em campo, passando por brigas entre jogadores rivais, até chegar às
brigas entre torcedores (dentro e fora dos estádios) e invasões de campo, que
levam os torcedores a se digladiarem com os jogadores, rivais ou não.
Se estas
cenas já não fossem lamentáveis, ontem vimos que o ser humano não tem limites
quando lhe faltam caráter e princípios morais.
Na partida
da semifinal do Campeonato Gaúcho entre o Internacional e o Caxias, realizada
ontem (domingo, 26/03) no estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, testemunhamos
mais uma situação onde a violência generalizada ofuscou a conquista do Caxias,
que ao vencer o Inter nos pênaltis, garantiu a vaga na final do Gauchão.
Seria
apenas mais um episódio lamentável de violência ligada ao futebol se não
tivéssemos presenciado, através das imagens transmitidas pela TV, um torcedor colorado carregando uma criança no colo e
invadindo o gramado, chegando a agredir o jogador Dudu Mandai, do Caxias. Mais
do que lamentável, tal situação envolvendo uma criança é inaceitável.
Já não é
aceitável que pessoas adultas usem da violência para expressar a sua
insatisfação com qualquer coisa que seja e pior ainda é envolver uma criança
numa situação de violência generalizada que obviamente colocou em sério risco a
sua integridade física, mesmo que estivesse no colo de um “adulto”.
Não há amor
ao futebol ou paixão pelo seu time que possa justificar esse absurdo.
Como pai, e
como torcedor, afirmo que por mais que ame o meu Palmeiras, jamais colocaria a
minha paixão pelo time acima do amor que tenho pelos meus filhos, e jamais
arriscaria a integridade física de um dos meus filhos expondo-os a uma situação
como essa que vimos pela TV.
Reitero: NADA justifica a violência e NADA justifica a atitude daquele homem,
que dificilmente pode ser chamado de pai.
Eu sou contra a violência. Eu gostaria que os estádios e arenas fossem locais onde as torcidas pudessem expressar o seu amor pelos seus times, e a sua rivalidade, mas sem ultrapassar os limites do bom senso. Não podemos nos esquecer que há torcedores de todas as idades, homens e mulheres, de todas as classes e raças. É perfeitamente possível torcer com civilidade, sem apelar para a violência.
Apesar das inúmeras tentativas de se combater a violência no futebol, com medidas extremas sendo adotadas, como jogos com torcida única, ainda há muita violência acontecendo país afora.
Em minha
opinião isto se deve a dois fatores. O primeiro fator diz respeito à falta de
punições severas para aqueles que são flagrados nestes episódios de violência.
Muitos são punidos apenas com o banimento dos estádios, o que certamente é uma
punição muito branda dada a violência praticada. O segundo fator envolve a
questão educacional e moral da nossa sociedade. Não adianta apenas punições
severas, é preciso também que as pessoas aumentem o seu nível moral e sejam mais
bem educadas quanto ao respeito às outras pessoas. A vida em sociedade exige
que nossa educação e a nossa moral sejam constantemente aperfeiçoadas.
Espero que
todos os envolvidos sejam punidos de forma adequada. E que aquele homem com a
criança receba uma punição exemplar, para evitar que no futuro outros idiotas
possam seguir o seu exemplo e colocar outras crianças em risco.
O futebol
não é um esporte violento. Violentas são algumas pessoas que dizem amá-lo, mas
que no fundo amam apenas a si mesmas e aos seus próprios egos, não sabendo
lidar com situações contrárias àquelas que desejam ou com derrotas. Vitórias e
derrotas fazem parte da vida e devemos ser capazes de lidar com ambas em todas as
situações, inclusive no futebol.
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