A torcida e o favoritismo do Palmeiras no Paulistão
Todo palmeirense sabe que há na nossa torcida um temor generalizado do sentimento de soberba. É um sentimento negativo que deve ser evitado não apenas em relação ao futebol, mas também em todas as áreas da vida. E o temor da torcida é um temor justificado já que, como diz o ditado, a soberba precede a ruína. Vimos muitos times efetivamente soberbos quebrarem a cara e não queremos correr o risco de seguir pelo mesmo caminho.
E junto com esse temor pela soberba, o palmeirense desenvolveu ao longo do tempo a mania de achar que qualquer comentário favorável ao Alviverde pode zicar os resultados do clube nas competições, fazendo com que o Verdão perca. Muitos palmeirenses agem como se o seu comportamento ou palavras tivesse influência direta no que ocorre dentro de campo.
Entendo perfeitamente esse sentimento da torcida. Mas como palmeirense, creio que é chegada a hora de abandonarmos esse medo da zica. Quero deixar claro que não estou defendendo que adotemos uma postura soberba. Longe disso!
Acredito que devemos deixar de lado o medo da zica e reconhecer os bons resultados apresentados pelo Palmeiras neste Campeonato Paulista. Qual o problema em reconhecer que somos favoritos ao título? Acham que é soberbo reconhecer o nosso favoritismo?
Não acho que seja soberbo reconhecer o nosso favoritismo. Reconhecer o nosso favoritismo é muito diferente de cantar vitória antes do tempo e nada tem a ver com menosprezar os adversários. Agiríamos com soberba se já nos considerássemos e agíssemos como se já fossemos os campeões, ridicularizando os demais times. Não é o caso.
Reconhecer o nosso favoritismo é também reconhecer os bons resultados alcançados pelo Palmeiras ao longo da competição estadual. Reconhecer o nosso favoritismo é consagrar o trabalho feito pela comissão técnica e o esforço dos jogadores em campo, que nos trouxeram até a semifinal.
E não estou escrevendo isso à toa. Os números embasam os meus argumentos. O Palmeiras terminou a fase de grupos invicto, em primeiro lugar no Grupo D e como líder geral da competição, com 28 pontos; e também com a melhor campanha, apresentando a defesa menos vazada (5 gols), maior número de vitórias (8) e melhor saldo de gols (13) da fase de grupos.
São estes números que nos tornam favoritos ao título paulista, até porque eliminamos nas quartas de final a equipe dona da segunda melhor campanha da competição. E os outros grandes times paulistas, que poderiam nos enfrentar na semifinal e numa final, foram eliminados por times que se mostraram verdadeiras zebras!
Enfatizo mais uma vez que reconhecer o nosso favoritismo não significa que estejamos cantando vitória antes da hora. Apenas reconhecemos que temos as maiores chances, por conta do trabalho e dos resultados obtidos até aqui.
Não acredito que estas minhas palavras possam “zicar” qualquer coisa. Não sou supersticioso. Acreditar que a zica possa atrapalhar a nossa conquista é também acreditar que tudo o que obtivemos até aqui se deve apenas a sorte, e não ao trabalho bem feito. E acredito que temos todas as condições de continuar com o bom trabalho, e será este trabalho que nos permitirá lutar pela vitória.
E este é um ponto importante: por mais que haja favoritismo, a luta não terminou. Ainda entraremos em campo e ainda lutaremos para conquistar a vitória. Estamos a apenas três vitórias da conquista do título do Campeonato Paulista e, portanto, temos ainda três confrontos importantes pela frente. Há muito trabalho a ser feito.
Reconhecer que somos favoritos não é soberba. Reconhecer que temos as maiores chances não é cantar vitória antes do tempo. Reconhecer os resultados obtidos serve como incentivo para que aqueles que lutaram até aqui continuem lutando e fazendo o melhor possível.
É hora de o Palmeirense reconhecer o valor do trabalho feito até aqui. Se, e digo se, estamos de fato vivenciando a Terceira Academia, então que possamos ao menos reconhecer que temos as maiores chances nesta reta final de Paulistão. Sem medo de zica, sem medo de desfrutar o sucesso do Verdão até aqui! Afinal não foi sorte, foi trabalho!
#AvantiPalestra
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