Minha história com o Palmeiras
Estive
pensando e cheguei à conclusão que a minha história com o Palmeiras deveria ter
sido contada no primeiro artigo publicado por este blog. Não sei se as pessoas
se interessarão em saber como me tornei o palmeirense que sou hoje, mas mesmo
assim resolvi deixar essa parte da minha história registrada aqui para a
posteridade.
Ao
contrário de muitos palmeirenses, eu não nasci numa família palmeirense. Na
verdade, na minha família ninguém ligava pra futebol. Nem meu pai, nem meus
tios, tanto os da família do meu pai como os da família da minha mãe. Pra ser
justo, o único dos meus tios que torcia por um time de futebol era o meu tio
João, de São Paulo capital, casado com minha tia Nobuko, irmã da minha mãe, que
era torcedor fervoroso do Corinthians e passou essa paixão para os meus primos.
Acho que o
fato da minha família ter origem humilde, com meus pais e tios tendo crescido
em sítios no interior de São Paulo fez com que o futebol não fosse algo
presente no cotidiano deles.
Foi assim
que cresci sem torcer por um time de futebol específico. Até jogava futebol,
mas nunca fui um grande jogador, até por ter uma visão ruim desde pequeno. Como
sou de Campinas tive a oportunidade de torcer por um dos times da cidade. Tive
amigos que torciam pelo Bugre (Guarani) e pela Macaca (Ponte Preta), porém
nenhum dos dois times me atraiu.
Certa vez,
durante as férias da escola, passei uns dias na casa da minha tia na capital e
meus primos me convidaram para ir a uma festa junina. Fui sem saber onde era e
quando chegamos ao local era simplesmente o Parque São Jorge! Estava lotado e
meus primos me zoavam dizendo que seu me perdesse era só gritar “Avanti
Palestra” que eles me encontrariam (ou o que sobrasse de mim)!
Eu não
tinha um time do qual gostasse, mas tinha os que eu simplesmente detestava e o
Corinthians sempre foi um deles. Torcer pelo Timão estava simplesmente fora de
cogitação. Também sempre tive uma ojeriza natural pelo Flamengo.
Em 1993 eu
estava com 19 anos quando o Palmeiras venceu o Corinthians na final e conquistou
o Campeonato Paulista encerrando um jejum de quase 17 anos. Eu não era um
palmeirense ainda, mas torci muito contra o Corinthians. Principalmente depois
que o jogador Viola ficou imitando um porco.
Nessa época
meu irmão já era torcedor do São Paulo e eu tinha um grande amigo de faculdade
que também era são-paulino. Os dois estavam em casa para assistir ao jogo da
semifinal do Brasileirão de 1993 entre o São Paulo e o Palmeiras. E foi nesse
dia que, pela primeira vez, decidi torcer pelo Verdão.
Eu estava
extremamente irritado com os comentários do meu irmão e do meu amigo, que
diziam que o São Paulo ia atropelar o Palmeiras, que o Palmeiras não tinha
chance e blá, blá, blá. Então eu disse aos dois: “Vou torcer para que o
Palmeiras vença e cale a boca de vocês!”
“Vai virar
palmeirense agora?” foi a reação deles. “Vou! E o Palmeiras não vai me
decepcionar!” afirmei. “Já vai começar torcer perdendo!” foi a reação final.
A história
todos conhecemos. O Palmeiras venceu o São Paulo e depois se tornou campeão brasileiro
derrotando o Vitória. E eu me tornei um torcedor apaixonado e desde então o
Alviverde ganhou espaço cativo no meu coração! Claro que meu irmão e meu amigo
ficaram indignados com o resultado e tiveram que aguentar a minha zoeira por
muito tempo!
Em 1994 comprei
a minha primeira camisa do Palmeiras e a guardo com muito carinho e orgulho até
hoje! No ano seguinte fui ao Palestra Itália pela primeira vez. Infelizmente
ainda não conheço o Allianz Parque.
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| Minha primeira camisa do Verdão, adquirida em 1994 |
Em 1996
emigrei ao Japão e como naquela época não tínhamos internet, ficou complicado
acompanhar o Verdão. Em 1999 queria ter ido assistir ao Mundial de Clubes, mas
infelizmente compromissos profissionais não permitiram que eu fosse a Tóquio
assistir o meu Verdão. Torci muito e acompanhei a partida pela TV e como todo
palmeirense, fiquei frustrado e abatido com a derrota. O mesmo abatimento veio
com os dois rebaixamentos, mas nunca sequer cogitei deixar de torcer pelo meu
Palmeiras!
A internet
facilitou bastante a obtenção de informações sobre o Palmeiras. Até tornou
possível assistir aos jogos mesmo estando do outro lado do planeta. Retornei ao
Brasil em setembro de 2020 e desde então tenho buscado viver mais intensamente
essa minha paixão pelo Alviverde, mesmo com a minha atual deficiência visual. Foi assim que comecei a escrever resenhas e com o tempo recebi o primeiro convite para participar de uma live num canal da mídia alternativa palestrina, que foi feito pelo Josino do canal Visão AlviVerde.
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| Me preparando para participar de live no canal Visão Alviverde |
Eu afirmei
no início deste texto que não nasci palmeirense, me tornei palmeirense. Agora,
porém, creio que errei ao fazer essa afirmação. Acredito que nasci sim
palmeirense, apenas não sabia. Minha ojeriza natural pelo Corinthians e pelo
Flamengo se deve ao fato de eu já ter nascido com uma alma alviverde!
Minha relação
com o Palmeiras é como um casamento: na alegria e na tristeza, na saúde e na
doença, na riqueza e na pobreza, até que a morte nos separe! Tenho muito orgulho
de ser palmeirense e tenho orgulho da história do meu clube. Alguns tentam
zombar usando os dois rebaixamentos para isso, porém não vejo motivos para me
abalar com isso, pois os rebaixamentos fazem parte da nossa história e contribuíram
para que nos tornássemos o Palmeiras que somos hoje.
A questão
do Mundial de 1951 nem vou comentar. Qualquer pessoa que conhece História e é intelectualmente honesta sabe
que o Palmeiras foi o precursor e abriu o caminho para o Mundial de Clubes
evoluir até chegar ao modelo atual.
Já tentaram
diminuir a minha relação com o Palmeiras pelo fato de eu não ser um palmeirense
de berço. Mas o que isso tem a ver? Eu fiz uma escolha consciente. Sou tão
palmeirense quanto qualquer outro e não perco o meu tempo tentando ensinar os
outros a serem palmeirenses. É uma questão pessoal.
Cada
palmeirense tem a sua história com o Verdão e, em resumo, esta é a minha. Foi
assim que me descobri palmeirense e sinto muito orgulho da minha história com o
Maior Campeão do Brasil! Serei #AvantiPalestra,
enquanto eu viver!
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