Analisando a Coletiva Pós-Jogo #8

 


Analisando a Coletiva Pós-Jogo #8

Água Santa x Palmeiras - Paulistão 2023

 

O Palmeiras foi a Diadema na manhã de hoje (12) para enfrentar a equipe do Água Santa, em partida válida pela 8ª rodada do Paulistão. Após a nossa vitória por 1x0, o Professor Abel Ferreira concedeu a tradicional coletiva aos jornalistas presentes.

Devo ressaltar que infelizmente o vídeo da coletiva não contém a pergunta inicial e também quero registrar aqui mais uma vez a falta de estrutura do Estádio Distrital do Inamar.

O vídeo começa com o Professor Abel Ferreira dizendo, em linhas gerais, que o Palmeiras deve estar sempre preparado para dar o melhor de si dentro de campo, independente se o gramado está bom ou ruim. Lembrou ainda que os adversários jogam a vida contra o Palmeiras e que temos que estar preparados não apenas para essa situação para outras que ocorrem dentro de campo, como por exemplo a grande quantidade de faltas cometidas pelo Água Santa sem que a arbitragem tomasse as medidas disciplinares adequadas.

Realmente a quantidade de faltas cometidas pelos adversários foi absurda. Foram 24 faltas recebidas pelo Verdão contra 14 cometidas pelos nossos jogadores. Os quatro cartões amarelos recebidos pelo Água Santa foram pouco diante da violência de algumas dessas faltas, que foram dignas de expulsão.

Na pergunta seguinte o Professor foi questionado acerca dos testes que vêm sendo feitos, principalmente no meio-campo, como por exemplo com o Fabinho, que hoje recebeu uma oportunidade como titular.

Em sua resposta o Professor ressaltou as características individuais de jogadores como Jailson e Gabriel Menino, que são jogadores que gostam de avançar, e do Fabinho, que tem como característica ocupar bem os espaços, ajudando a dar equilíbrio ao meio-campo.

Abel Ferreira também ressaltou que jogadores como Zé Rafael acabam por fazer dentro de campo aquilo que muitas vezes não gostam de fazer, mas o fazem pelo bem da equipe. Mais uma vez o Professor ressaltou que os nossos jogadores devem se destacar através da contribuição que dão para a equipe. Lembro aqui que na coletiva passada o Professor disse que ensina os jogadores a buscarem o destaque pessoal através do que entregam para a equipe.

É uma postura interessante por parte do Professor e nos ajuda a compreender melhor como funciona a meritocracia aplicada por ele no nosso elenco.

Na pergunta seguinte Abel Ferreira foi questionado acerca do Derby de quinta-feira (16) contra o Corinthians, se já tem desenhado o esquema que pretende usar contra o nosso arquirrival.

O Professor explicou que nossa estrutura de ataque não muda muito e que o que faz a diferença é o fato de cada jogador ter características diferentes, entregando resultados diferentes dentro de campo dependendo da maneira como o time é montado. Além disso destacou e elogiou a capacidade que os nossos jogadores têm de fazer a leitura de jogo e adaptarem-se às necessidades do momento, pensando como treinadores dentro de campo.

A meu ver esse é o nosso ponto forte, o nosso diferencial. Mesmo que entremos em campo com os mesmos jogadores e o mesmo esquema tático, isso não significa que as ações em campo serão sempre as mesmas. Os nossos jogadores são versáteis o suficiente para se adaptarem e atuarem de diferentes formas, sempre pensando no funcionamento coletivo do time. O que realmente impressiona é como todos parecem fazer a mesma leitura no mesmo momento e como todos acabam sabendo, quase instintivamente, como agir e por onde ir dentro de campo.

Na pergunta seguinte Abel Ferreira foi questionado acerca da administração do estresse dos jogadores, como ele trabalha esta questão para evitar que situações adversas tirem o foco dos jogadores na partida.

O nosso treinador comentou apenas que as situações acabam acontecendo e muitas delas fazem parte da dinâmica da partida. Segundo ele, a confusão generalizada que ocorreu dentro e fora do gramado foi rapidamente contornada pelas comissões técnicas, e também o jogo foi mais duro por causa da própria ação (ou falta dela) da arbitragem, que permitiu que faltas mais duras ocorressem sem penalidades. O próprio fato de estarmos na frente fez com que o adversário se tornasse mais agressivo, no bom sentido, como fez questão de frisar o Professor.

Em seguida nosso treinador foi questionado sobre se Endrick está preparado para enfrentar o tipo de intimidação que aconteceu nesta partida e Abel Ferreira tentou ser diplomático e simpático ao dizer que não responderia a esta questão.

O Professor já havia deixado claro em coletivas passadas que não responderia questões sobre jogadores, individualmente, e principalmente sobre o Endrick. Entendo que Abel Ferreira esteja tentando evitar dar munição para a imprensa, que muitas vezes é a responsável por criar situações e narrativas que não correspondem com a vida real. Além disso, há o fato do Endrick ter sido vendido ao Real Madrid e podem haver outras questões que façam com que o Professor evite dar holofotes ao jogador.

Em seguida Abel Ferreira foi questionado sobre como ele organiza nosso ataque, que possui jogadores que podem atuar em funções diferentes, como ele faz as suas escolhas na hora de montar o time.

Na resposta, ele disse que é uma "dor de cabeça boa" pois ele tem várias soluções à mão e que o problema ocorre quando não se tem essas soluções. Mais uma vez enfatizou a capacidade do nosso elenco de fazer a leitura de jogo e todos pensarem a mesma coisa. Explicou que os espaços precisam ser ocupados dentro de campo, não importa por quem, e que os nossos jogadores são capazes de fazer esta leitura e, quando necessário, se sacrificar pelo bem da equipe.

Também explicou mais uma vez que o jogador que deseja ser protagonista precisa entender que deve sempre se questionar como pode contribuir com a equipe. Isso nos ajuda a entender porque os nossos jogadores de ataque, por exemplo, voltam para ajudar a marcar e recompor a defesa em muitas ocasiões.

A próxima questão foi sobre a nossa defesa, e o repórter citou o fato do adversário explorar a nossa saída de bola e também o fato do Professor ter solicitado que os pontas atuassem mais abertos. Isso seria uma característica dessa partida, por conta dos jogadores que estavam atuando?

Abel começou sua resposta falando sobre a estrutura que o Palmeiras fornece para que o trabalho seja feito e explicou que no intervalo ele mostrou as imagens da partida aos jogadores e eles rapidamente entenderam onde estavam os espaços que os adversários estavam explorando.

Ele reconheceu que no primeiro tempo o Água Santa soube nos bloquear e que ele gosta de times que nos criam dificuldades pois isso nos fortalece. Lembrou mais uma vez que times como o Água Santa jogam a vida contra nós e isto, se bem explorado, nos ajuda a aprender a lidar com adversários parecidos no futuro.

Achei esta informação interessante pois nos ajuda a entender o que ocorre nos vestiários durante o intervalo. Mais que apenas um sermão, muitas vezes são passadas informações concretas sobre erros e falhas, que ajudam os jogadores a identificarem rapidamente os pontos que precisam ser trabalhados. Fica fácil entender porque o Palmeiras volta para a segunda etapa muitas vezes com pegada bem diferente da do primeiro tempo.

E para encerrar, Abel Ferreira foi questionado se o Palmeiras já se encontra no ritmo desejado para a temporada. Na sua resposta, Abel explicou que esta atitude do time, de sempre se preparar e atuar de forma intensa, é importante para que possamos continuar vencendo. É o que explica como um time que já ganhou praticamente tudo ainda sente o desejo por mais vitórias.

Além disso, o Professor revelou que o Palmeiras exige dele que o clube ganhe pelo menos um titulo por ano. Muito interessante esta revelação. Por outro lado, pode dar munição para que continuem a nos tirar dos campeonatos de forma injusta, através de "falhas" na arbitragem, como ocorreu na temporada passada com a nossa saída da Copa do Brasil. Teoricamente, bastaria que o Palmeiras ficasse uma temporada sem títulos para que Abel Ferreira fosse dispensado.

Claro que isso é a teoria. Duvido que essa dispensa acontecesse na prática.

O fato é que, como o Professor explicou, o time sempre buscará entregar o seu melhor dentro de campo mesmo sabendo que nem sempre a vitória virá. O importante é se manter competitivo.

E nisso eu concordo. O que queremos é ver o Palmeiras competitivo, sempre capaz de brigar de igual para igual com os adversários. É por isso que estamos há tempos pedindo reforços, para que possamos manter e até aumentar a nossa competitividade.

Nós torcedores sabemos que nem sempre venceremos. Sabemos que a derrota também virá. Pra nós o que fará a diferença é como a vitória virá. Se o clube fornecer tudo o que for necessário e os nossos jogadores derem tudo de si dentro de campo, certamente saberemos aceitar a derrota por mais dolorosa que seja. O que não queremos ver, jamais, é um time covarde!

Pelo que o Professor Abel Ferreira dá a entender nas suas coletivas, no que depender dele, jamais teremos um time covarde dentro de campo! Graças a Deus!

 


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