Analisando a Coletiva Pós-Jogo #5
Analisando a Coletiva Pós-Jogo #5
Mirassol x Palmeiras - Campeonato
Paulista
O Professor Abel Ferreira concedeu
entrevista coletiva logo após o término da partida entre o Mirassol e o
Palmeiras, no Estádio Municipal José Maria Campos Maia. A primeira pergunta
questionou o nosso treinador acerca da importância das nossas Crias para o
elenco do Palmeiras, e a pergunta é compreensível já que a entrada dos
jogadores Endrick, Giovani, Fabinho e Naves mudou os rumos da partida, como a
própria repórter reconheceu ao elaborar a pergunta.
Abel Ferreira começou dizendo que não
fala especificamente sobre os garotos pois eles são vistos como parte do time
principal do Palmeiras e perguntou de forma retórica qual o plantel brasileiro
que possui tantos jogadores formados no próprio clube e que geram resultados
através da conquista de títulos. Sem dúvida o Palmeiras pode ser considerado um
dos times mais bem sucedidos na formação e utilização de jogadores da sua
própria base.
O Professor explicou que o time
festejou muito após a conquista da Supercopa do Brasil e que este foi um dos
motivos para que o time fosse escalado como foi. Ele também reconheceu que o
primeiro tempo chegou a ser "mal jogado" mas que o desempenho
melhorou na segunda etapa.
De fato o primeiro tempo da partida
foi sofrível, com o Palmeiras sendo facilmente dominado pelo Mirassol, que
conseguiu propor o jogo e criar mais chances de gol na maior parte do primeiro
tempo. Foram muitos os erros cometidos pelos nossos jogadores, que mostraram
dentro de campo um futebol muito abaixo do esperado dos reservas do Maior
Campeão do Brasil.
A pergunta seguinte foi a respeito do
clássico contra o Santos e Abel Ferreira foi questionado se a opção pelo time
reserva para a partida com o Mirassol também era parte da preparação para o
confronto. O Professor respondeu explicando que em jogos
que decidem títulos, ou em clássicos, há muita coisa em jogo: o título em si, rivalidade, dinheiro,
prestígio, ego e orgulho. Por isso são jogos de altíssima intensidade e que
exigem muito dos atletas. Abel afirmou que os nossos jogadores entregaram tudo
em campo contra o Flamengo e que por este motivo não teriam condições físicas
de encarar esta partida pouco tempo depois do jogo de sábado.
Nosso treinador explicou que depois
de jogos com esta intensidade é necessário um tempo para que a adrenalina baixe
e os jogadores se recupere. Ele sabia que se optasse por mandar a campo os
mesmos jogadores que atuaram contra o Flamengo, eles não renderiam em campo e
este foi um dos motivos que o levou a montar o time que vimos em ação.
Abel Ferreira reiterou que vê todos
os jogadores da mesma maneira e que pode escolher qualquer um pois, na visão
dele, todos têm condições de representar dentro de campo já que a nossa força
está no coletivo. Afirmou também nossa equipe é comprometida com os objetivos a
serem alcançados e que por isso sente orgulho em ser seu treinador.
Em seguida veio a pergunta que talvez
tenha sido a mais aguardada, a respeito da polêmica que foi criada em torno da
explosão de fúria do Professor durante a partida contra o Flamengo. Foi
perguntado a Abel Ferreira como ele se sente em relação às criticas a ele
dirigidas por jornalistas e entidades.
Abel começou a responder falando do
julgamento que fizeram dele e afirmou que se sente triste, pois não foi a
primeira vez que isso aconteceu desde a sua chegada, e que estes julgamentos o
levam a refletir acerca do que ele quer para o futuro.
Afirmou também que as críticas não o
abalam e que os elogios o mantém focado, que ele sabe quem é, o que quer e de
onde veio. Relembrou que é uma pessoa que gosta de competir e compete para
ganhar, sendo que para isso vale fazer tudo desde que dentro das regras.
O futebol é um esporte com regras e
quem transgride as regras estabelecidas é punido. E o Professor afirmou que foi
isso o que aconteceu, ele transgrediu as regras e foi corretamente punido pela
arbitragem.
Achei interessante esta parte da
resposta porque Abel deixa claro que a sua atitude não passou impune. Ele
desrespeitou as regras do jogo e foi punido pela arbitragem segundo as mesmas
regras. A meu ver ele dá a entender que, na visão dele, o episódio já estaria
resolvido uma vez que a arbitragem agiu imediatamente após a sua atitude. Enfim,
deveria ser página virada.
Outra parte interessante é a que ele
afirma que o Brasil é um país que gosta de novelas e que arrumaram um enredo
digno delas para calar e esconder o título inédito que o Palmeiras ganhou. Nosso treinador lembrou que muitos já fizeram
o mesmo que ele sem que houvesse essa repercussão toda. Reconheceu que errou e
que justamente por ter errado recebeu da arbitragem a punição prevista para
este tipo de situação.
O Professor reconheceu que suas
explosões de fúria são algo que ele precisa trabalhar e melhorar. E disse que
conversou com os jogadores e que ficou triste porque deram mais atenção à sua
atitude do que ao grande jogo e à grande vitória conquistada pelos atletas
palmeirenses dentro de campo.
Como qualquer palmeirense sabe,
sempre estarão à procura de motivos para nos criticar e tentar nos prejudicar.
É histórica a rejeição que muitos têm em relação ao Palmeiras e o fato de
sermos campões com tantos títulos conquistados em tão pouco tempo deixa muitos
incomodados ao ponto de extrapolarem os limites do bom senso, e até mesmo da
ética e da legalidade, para agir em detrimento a tudo e a todos que estão
ligados ao Verdão.
Realmente é triste que prefiram dar
mais atenção a um fato que já está resolvido do que ao espetáculo que vimos
dentro de campo. Estão deixando de valorizar o trabalho em equipe, o fruto de
uma infraestrutura composta por muitos profissionais que deram o melhor de si
para que chegássemos a este belo resultado. Mas é óbvio que tudo isso é
maravilhoso apenas para nós e para aqueles que sabem apreciar o verdadeiro
futebol e não são movidos por interesses escusos e sentimentos antiéticos.
Em seguida o Professor foi perguntado acerca da sua
relação com o Palmeiras e os palmeirenses, como ele recebe e lida com o carinho
demonstrado pela torcida do Alviverde. Abel começou a sua resposta lembrando
que veio ao Brasil sem a sua família e que foi bem recebido e acolhido tanto
pelo clube como pela torcida, que se tornaram a sua segunda família.
Achei interessante que Abel mencionou
gostar da cor verde, que é uma cor que gosta "desde sempre". Abel falou que se sente honrado pelo carinho
recebido e que está aqui para trabalhar e dar o seu melho, junto aos demais
membros da comissão técnica e todo o staff, para levar alegria aos torcedores
palmeirenses.
Num ponto emocionante da coletiva,
Abel Ferreira contou que o maior título que recebeu foi uma mensagem da sua
filha mais velha. Ele afirmou acreditar que tinha perdido um pouco dos laços
com suas filhas por conta da distância que surgiu entre ele e sua família
depois que aceitou treinar o Palmeiras. Compreensível, afinal ficaram a um oceano
de distância. Mas segundo o Professor, o Palmeiras e o título conquistado no
último sábado resgataram dois anos de afastamento entre ele e suas filhas, e a
mensagem que recebeu da sua filha mais velha foi o maior prêmio que ele já
recebeu como treinador, como amigo e, principalmente, como pai.
Eu morei metade da minha vida no
exterior e sei bem como os laços familiares sofrem com a distância. Por mais
que a tecnologia atual permita um contato mais frequente, nada substitui a
presença física junto àqueles que amamos. Entendo o sentimento de Abel Ferreira
e fico feliz por saber que suas relações familiares continuam sólidas.
Abel afirmou mais uma vez que o
Palmeiras, assim como ele é na vida, é um time que não se rende nunca, e que o
torcedor pode ter certeza que a equipe alviverde sempre vai entrar em campo e
lutar até o último segundo para ganhar. Segundo Abel isso é motivo de orgulho
para todo palmeirense.
Por fim o Professor foi questionado
acerca da nossa força defensiva e como ele consegue mexer nas peças do elenco
sem comprometer a defesa. Ele explicou que em primeiro lugar são necessários
bons jogadores e que é necessário muito estudo, sendo que para isso existem
bons livros que ajudam qualquer pessoa a aprender como trabalhar determinadas
situações de jogo. Mais uma vez Abel Ferreira reafirmou que precisa melhorar
alguns "processos" pessoais e relembrou a todos o quão grande e bela
foi a nossa conquista inédita sobre o Flamengo.
Foi uma coletiva tranquila mas até
ela acabou sendo afetada pela situação na qual envolveram Abel Ferreira.
Concordo que há um evidente exagero e uma exploração midiática totalmente
desproporcional em relação a um erro cometido que inclusive já foi devidamente
punido.
As perguntas acabaram por abordar de
forma muito superficial o jogo, sendo que o Palmeiras fez um jogo feio demais
no primeiro tempo, com os nossos reservas sendo claramente incapazes de
enfrentar de forma tranquila uma equipe como a do Mirassol. Foi preciso que as
nossas Crias da Academia entrassem e mudassem os rumos da partida. Acho que
deviam ter explorado mais os aspectos do jogo nas perguntas mas entendo que há
poucas oportunidades para que certos questionamentos sejam feitos a Abel
Ferreira.
No mais, foi uma coletiva que nos
trouxe algumas informações válidas e nos ajudou a conhecer um pouco mais do
treinador e do homem Abel Ferreira.
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