Analisando a Coletiva Pós-Jogo #11

 


Analisando a Coletiva Pós-Jogo #11

Palmeiras x Ferroviária – Paulistão 2023

 

No último domingo (26) o Palmeiras recebeu a equipe da Ferroviária no Allianz Parque para partida válida pela 11ª rodada do Campeonato Paulista. Após o Palmeiras vencer o jogo pelo placar de 2x1, o Professor Abel Ferreira concedeu a tradicional coletiva aos jornalistas e repórteres presentes.

Bem, não foi exatamente uma coletiva, foi praticamente uma live pós-jogo! Com quase 45 minutos de duração, se não foi a coletiva mais longa certamente está entre as mais longas coletivas já concedidas pelo Professor!

Gostaria de ressaltar que os repórteres e jornalistas deveriam ter um feeling mais apurado para aproveitar essas raras oportunidades dadas por Abel Ferreira e fazer perguntas um pouco mais inteligentes, questionando mais aspectos do jogo e fazendo perguntas cujas respostas as pessoas realmente queiram saber. O jornalista deve tentar fazer perguntas que respondam às dúvidas do seu público e não apenas que satisfaçam a sua curiosidade pessoal.

Devido à duração da coletiva, desta vez vou analisar apenas os pontos que mais me chamaram a atenção ao invés de analisar a cada pergunta e resposta separadamente, como sempre faço.

Um dos pontos destacados por Abel Ferreira diz respeito à baixa quantidade de lesões e desfalques por desgaste físico no Palmeiras. O Professor creditou isso ao bom trabalho realizado pelo Núcleo de Saúde e Performance, que faz um monitoramento contínuo da saúde e das condições físicas dos nossos jogadores.

Se considerarmos que os atletas são os ativos que geram retorno esportivo e financeiro ao clube, não é difícil entender os motivos deste cuidado com a saúde dos jogadores. Além disso, o Palmeiras é o time que mais disputa partidas a cada temporada, o que faz com que a exigência física gere grandes desgastes aos nossos jogadores, aumentando as chances da ocorrência de lesões.

Neste início de temporada tivemos apenas o goleiro reserva Marcelo Lomba como desfalque por conta de uma fratura em um dos dedos da mão esquerda. Já recuperado, deverá estar à disposição de Abel Ferreira para as quartas de final do Paulistão.

Infelizmente hoje (28) soubemos que Atuesta sofreu uma lesão no joelho que poderá deixá-lo afastado dos gramados pelo resto do Paulistão. Até o momento em que escrevo esta análise não houve comunicação oficial sobre a situação de Atuesta.

Outro ponto que eu gostaria de abordar foi o destaque dado pelo Professor à busca da melhor campanha da primeira fase do Campeonato Paulista. Sabemos que ser donos da melhor campanha nos dará o benefício de jogarmos as partidas das fases seguintes em casa, incluindo uma possível partida de volta da final. Porém, a excelente campanha feita pelo São Bernardo se tornou um grande empecilho na busca por essa liderança. Atrapalhou, inclusive, diminuindo as possibilidades de testes com o elenco, exigindo que o Professor optasse pelo time titular em mais ocasiões.

Neste ano, o nível está muito competitivo. A prova disso é que a equipe do São Bernardo, que tem muito menos recursos do que outras equipes, está competindo com a gente. É uma equipe que não tem nada a perder, está leve, solta e cheia de confiança. É importante continuarmos nesta sina de vitórias para garantirmos o primeiro lugar”, afirmou o nosso treinador.

Abel Ferreira elogiou bastante o desempenho de Raphael Veiga neste início de temporada. “Eu até me arrepio, mas é o melhor camisa 10 que eu já treinei e joguei. De longe… Ele é completo. Ataca, assiste, faz gols e faz uma coisa que poucos camisas 10 fazem, que é correr para trás para recuperar a bola. Eu não queria que o selecionador (do Brasil) o convocasse (risos), mas tem muita qualidade. Quero dizer também que isso só acontece porque ele tem suporte do Zé Rafael atrás, do (Gabriel) Menino agora, do Dudu… Somos uma equipe de jogo coletivo, e é assim que eu vejo a vida”, afirmou o nosso Professor.

Em relação ao elenco, há dois pontos que eu gostaria de destacar. O primeiro diz respeito às contratações de reforços. Abel Ferreira afirmou esperar a vinda de reforços, principalmente para suprir a saída de Danilo. Ao mesmo tempo em que afirma aguardar a vinda de reforços, não descarta a possibilidade de usar o Luan no meio-campo, como uma solução caseira de emergência caso o clube não consiga trazer um jogador.

Como já mencionei em outras análises, o Professor, como europeu, está habituado a trabalhar com planejamento de curto, médio e longo prazo. E por isso ele deve ter estratégias traçadas para o cenário de ter reforços e também para o cenário de não ter reforços. O time precisa apresentar resultados e ao Professor cabe buscar organizar o nosso elenco da melhor maneira com as peças disponíveis.

O segundo ponto em relação ao elenco que eu gostaria de destacar diz respeito aos comentários feitos pelo Professor em relação ao Gabriel Menino e ao Flaco López. Sobre o Menino, Abel Ferreira destacou que o jogador passou por uma fase ruim, chegou ao fundo do poço e está conseguindo dar a volta por cima por ter tido a capacidade de reconhecer os erros cometidos. Pelas palavras é possível perceber que Abel continuará a dar oportunidades ao Gabriel Menino e, provavelmente, uma provável contratação de reforço não significaria necessariamente que o Menino perderia a atual titularidade.

Sobre Flaco López, o Professor deixou claro mais uma vez que o jogador não está pronto e que o time continuará a investir na conclusão da formação do jogador enquanto perceber que há nele o desejo de progredir. Já é a segunda vez que Abel diz em uma coletiva que Flaco López não está pronto e que é uma aposta cujo futuro ainda é incerto.

Outro ponto que achei interessante, e que inclusive foi destacado pelo Rodrigo Fragoso, é a relação do Professor com a arbitragem. Quem acompanha o Palmeiras percebe uma aparente contradição entre o que Abel Ferreira diz e o que ele faz. Ele treina o elenco sob o lema “cabeça fria e coração quente” ao mesmo tempo em que ele mostra possuir coração fervendo e cabeça explodindo!

Nas palavras do próprio Abel, esta é a maneira que foi encontrada para lidar com os problemas causados pelas freqüentes falhas da arbitragem sem afetar o desempenho dos jogadores dentro de campo. De fato, se olharmos com calma, perceberemos que os nossos jogadores não costumam enfrentar a arbitragem com a veemência que vemos em outros jogadores. Mesmo o nosso capitão Gustavo Gómez não briga com os juízes como outros capitães costumam brigar. Há reclamação, mas ela é bastante comedida.

Isso se deve ao fato, como explicou o Professor, dos jogadores serem instruídos a deixarem as questões envolvendo a arbitragem nas mãos da comissão técnica. Esta postura preserva os jogadores e evita que sejam penalizados com cartões ou expulsões, e prejudiquem a nossa escalação. Também faz com que dediquem toda a energia e concentração apenas ao jogo que está sendo disputado. Caso haja punições, serão os membros da comissão técnica que as sofrerão, o que não atrapalhará em nada o que ocorre dentro de campo.

No passado eu fui crítico desta postura explosiva do Abel à beira do gramado. Eu acreditava que as maneiras dele à beira de campo eram um péssimo exemplo para os jogadores e já cheguei a apontar a contradição entre o que é dito e o que é feito. Hoje entendo que as reações intempestivas do Professor não afetam em nada aos jogadores e que tudo isso é feito de caso pensado.

O resultado desta postura todos conhecemos bem: Abel Ferreira é o campeão em cartões amarelos e expulsões. Certamente muitas destas punições poderiam ter sido direcionadas aos nossos jogadores caso esta estratégia não fosse adotada.

E é isso, meus amigos alviverdes! Estes foram os pontos que considerei interessantes para comentar. Se vocês discordarem do que eu escrevi ou se tiverem outros pontos que gostariam de ver analisados, é só escrever nos comentários!

A próxima análise será a da coletiva pós-jogo Guarani x Palmeiras, no próximo domingo (5). Até lá e #AvantiPalestra!!



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