Um Palmeiras, duas realidades


 

Os torcedores palmeirenses e aqueles que acompanham futebol já perceberam que o Maior Campeão do Brasil está apresentando duas realidades distintas neste início de 2023.

O Verdão é, sem sombra de dúvidas, um time multicampeão e as últimas temporadas colocaram o Verdão no patamar de time a ser batido pelos rivais. É inegável que o Verdão subiu o nível de qualidade do futebol brasileiro, principalmente após a chegada do técnico Abel Ferreira, que trouxe e implementou uma nova forma de trabalho e gestão de grupo. Os resultados falam por si.

Apesar de ser um time vitorioso, sendo o atual campeão paulista e brasileiro, o Verdão ostenta também duas situações distintas e que deixam qualquer pessoa que acompanhe futebol no mínimo intrigada.

De um lado, temos as nossas Crias da Academia voando nas competições das categorias de base. Nosso Sub-20, que atualmente disputa a Copa São Paulo de Futebol Júnior, a famosa Copinha, a mais disputada competição de base nacional, segue invicto na competição, com 100% de aproveitamento, tendo vencido as seis partidas que disputou até aqui, estando agora nas quartas de final da competição. Nossos garotos têm dado um verdadeiro show dentro de campo, aplicando goleadas que deixam os adversários sem o rumo de casa!

Já do outro lado temos o nosso time principal, que teve um início de temporada melancólico ao empatar em 0x0 com a equipe do São Bento pela primeira rodada do Campeonato Paulista. É claro que não se podia esperar muito do time na primeira partida da temporada, já que o time vinha sem ritmo de jogo e também com as ausências de jogadores importantes, como Scarpa e Danilo.

Nosso meio-campo é o setor que mais demanda atenção neste momento e o retorno de Jailson e Raphael Veiga, que estavam lesionados, não deverá surtir efeitos imediatos. Além disso, com o Endrick assumindo a titularidade, foi necessário que Abel Ferreira fizesse ajustes no nosso ataque de modo a aproveitar o potencial do garoto. Para isso foi necessário retornar o Rony para a ponta, sua função de origem mas que não era exercida por ele há duas temporadas, já que atuou nos últimos tempos improvisado na frente como falso nove. Tudo isso contribui para que nosso time principal comece a temporada gerando preocupações na torcida que canta e vibra.

A solução lógica seria reforçar o nosso elenco com algumas contratações pontuais, o que já estamos pedindo há tempos, mesmo antes das saídas de Scarpa e Danilo se confirmarem.

Todas as vezes que a questão de contratação de jogadores é abordada vem junto a questão da saúde financeira do Palmeiras. As declarações vindas da direção do Verdão deixam a impressão que o clube passa por graves problemas financeiros, o que fica difícil de entender já que o clube está em alta e, como vencedor de várias competições nos últimos anos, amealhou vários prêmios somando milhões de reais. Como é possível que o Palmeiras não tenha condições de fazer os investimentos necessários para se manter competitivo e multicampeão?

Muitos olham para as nossas Crias como se fossem a solução para todos os nossos problemas. Embora estejam esbanjando desempenho e apresentando excelentes resultados, não podemos acreditar que somente os garotos seriam capazes de resolver todos os nossos problemas. Por mais que sejam extremamente talentosos, precisam ainda adquirir experiência com os torneios profissionais, cujos níveis de exigência são maiores que os das competições de base.

É por isso que contratações pontuais, somadas à subida de Crias da base, seriam a solução ideal para sanar as nossas dificuldades, somando talento e experiência, enquanto os problemas não comprometem de forma perigosa nosso desempenho nas competições.

Temos duas situações distintas dentro do mesmo Palmeiras, uma que nos traz tranquilidade e confiança e outra que nos traz insegurança e preocupação. Como torcedor, espero que nossos dirigentes consigam resolver estas questões para que possamos ter um único Palmeiras e uma única situação dentro de campo, com um time forte e competitivo seja na base, seja no profissional.

Até o nosso time feminino vem passando por uma reestruturação, com investimentos na contratação de novas atletas de alto desempenho, para manter o Palmeiras Feminino entre as maiores equipes do país.

Sei que alguns podem argumentar que os valores envolvendo contratações são diferentes, não sendo possível comparar os investimentos feitos no time feminino com os investimentos necessários no time masculino. O argumento é verdadeiro mas não justifica a falta de ação da diretoria palmeirense nesta questão.

Por tudo isso é estranho constatar que existam tantas diferenças na maneira de gerir os times do Palmeiras. Será que significa então que a responsabilidade pela atual situação do time principal seja só de Abel Ferreira, já que as equipes que são dirigidas por outros técnicos, como os times de base e o feminino, têm situações distintas da apresentada pelo time principal?

Não pretendo e nem tenho como apresentar a resposta a estas questões. Apenas quero trazer os meus argumentos e a minha opinião sobre esta situação, com a esperança de que nossos dirigentes despertem de seus sonos enquanto é tempo, para que a temporada 2023 não seja uma temporada perdida para o Maior Campeão do Brasil!

O tempo urge!!!



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