Analisando a Coletiva Pós-Jogo #4

Analisando a Coletiva Pós-Jogo #4

Palmeiras x Flamengo - Supercopa do Brasil

 

O Professor concedeu coletiva após a excepcional vitória do Palmeiras sobre o Flamengo na disputa do título da Supercopa do Brasil, no estádio Mané Garrincha em Brasília.

Abel Ferreira foi perguntado acerca da preparação do elenco e das cobranças que o Palmeiras sofreu neste início de temporada e como tudo isso influenciou na preparação para a final.  O Professor iniciou a sua resposta relatando o episódio no qual chutou o microfone à beira do campo após o juiz dar tiro de meta ao invés de escanteio num lance claro e que foi duramente criticado pelo Abel na beira de campo, resultando na sua expulsão.

Na sequência Abel disse que esta partida foi a melhor desde que chegou na América do Sul, com ambas as equipes sendo muito qualificadas e brigando pra valer. Afirmou que o Palmeiras foi superior no primeiro tempo e não contestou o pênalti de Zé Rafael, dizendo que "foi contra a corrente do jogo mas faz parte".

Abel Ferreira mencionou a força mental da equipe, que foi algo que realmente chamou a atenção durante a partida. Mesmo com as ofensivas do Flamengo e com as viradas no placar o elenco alviverde não perdeu o foco nem se deixou levar pelo nervosismo, que era visível em certa medida na equipe rubro-negra.

Abel Ferreira parabenizou o elenco palmeirense e afirmou que "viemos buscar o que perdemos há dois anos". De fato, essa partida teve um gostinho de revanche, o que acirrou ainda mais a rivalidade entre as duas equipes.

A pergunta seguinte seguiu na mesma linha da anterior, citando a preparação, a presença da torcida alviverde e o retrospecto do Palmeiras no Mané Garrincha, já que além da Supercopa do Brasil nós também jogamos a Recopa Sul-Americana lá em 2021.

Na sua resposta o Professor enalteceu a presença e o apoio da torcida, e também afirmou que esta foi uma partida que levou o elenco e a comissão técnica a fazer coisas diferentes do normal.

Este ponto me chamou a atenção pois mostra que um dos diferenciais do trabalho de Abel Ferreira é que ele prepara o time de forma específica para cada partida e para cada adversário. Há sempre um trabalho muito grande no sentido de estudar as características dos jogadores adversários e montar a estratégia de jogo com base nestas informações. Isto explica como o Palmeiras conseguiu ser superior em campo jogando contra uma equipe tecnicamente mais forte como o Flamengo. É evidente como o trabalho tático somado à técnica individual foi fundamental para o desempenho do Verdão dentro de campo nessa partida.

Abel frisou o quanto a equipe se manteve focada numa partida que desafiou as emoções de todos e disse que apenas o técnico "perdeu a cabeça" mas justificou que o erro grosseiro da arbitragem no lance do escanteio não marcado foi determinante para que ele perdesse a paciência. Fato mais que compreensível.

Abel Ferreira afirmou de forma contundente que não consegue entender como a arbitragem não viu o evidente escanteio já mencionado uma vez que além do árbitro principal há outros três auxiliares e ainda o árbitro de vídeo e ninguém foi capaz de ver algo tão evidente.

Segundo o nosso português, mesmo com a explosão de fúria do treinador o elenco manteve o foco mental do início ao fim, merecendo a vitória.

Em seguida Abel foi questionado mais uma vez acerca da preparação, se ele considera mais fácil preparar um time que já está jogando junto há bastante tempo. O Professor respondeu que sim, que é mais fácil mas que fatores como o calendário de jogos pode prejudicar esta preparação. Ele citou como exemplo a partida contra o Ituano, na qual precisou adaptar o time e não pôde mandar o Verdão a campo com força total por conta da preparação para a decisão contra o Flamengo.

O nosso treinador mencionou mais uma vez o fato do Palmeiras ter solicitado à Federação Paulista de Futebol que antecipasse em um dia as partidas contra o Botafogo-SP, o São Paulo e o Ituano mas diante da negativa da Federação o Palmeiras se preparou da melhor maneira possível para os seus compromissos.

Abel voltou a lembrar a sua afirmação de que precisamos de reforços e que isso não mudou com essa vitória, reafirmou que nenhum reforço é maior que a força coletiva da equipe. "Jogue onde for, jogue quem jogar, joguem para ganhar", segundo o Professor foi isso o que o Palmeiras fez na partida contra o Flamengo.

Voltou a lembrar que as pichações nos muros são um bom presságio, que o trabalho é feito de forma silenciosa e o resultado vem sem alardes. De fato há muito do trabalho da comissão técnica que ficam nos bastidores e a torcida não fica sabendo. Creio que podemos incluir como parte deste trabalho a preparação mental, pois sem dúvidas esse quesito é um dos diferenciais do Verdão. É evidente como o Verdão é um time "cascudo" e que não perde o foco nem se abala facilmente durante partidas decisivas.

Na pergunta seguinte, ainda sobre preparação, Abel foi questionado acerca do desempenho do time, que se mostrou fisicamente preparado e atuando como se já estivesse no meio da temporada, ao contrário de outras equipes.

Sobre isso o Professor lembrou que os nossos titulares receberam 45 dias de folga e mesmo antes da reapresentação deram início a um cronograma de preparação remota, onde cada atleta se encarregou de treinar em preparação para a reapresentação.

Segundo Abel Ferreira, quando os jogadores se reapresentaram e fizeram seus exames, avaliações e testes físicos com o Núcleo de Saúde e Performance foi constatado que, comparando com os resultados do fim da temporada passada e mantendo a preparação no ritmo determinado, o elenco estaria fisicamente pronto já para esta partida, mesmo tendo sido a última equipe a se reapresentar.

Ainda respondendo  essa questão o treinador afirmou que o elenco alviverde estava fisicamente melhor que o Flamengo. Afirmou também que a equipe nunca se rende e este foco constante ajudou o time a não se abalar com as mudanças no placar e nem com as mudanças feitas no próprio elenco.

Nesse ponto acho que vale ressaltar o trabalho extracampo feito tanto pela comissão técnica como pelo elenco e o alto nível de profissionalismo e comprometimento dos atletas. Esta consciência individual de que a carreira de um jogador de futebol profissional requer cuidados e trabalho constantes foi importantíssimo para que o elenco chegasse fisicamente preparado para este confronto.

Ainda sobre o foco do elenco vale lembrar que em dado momento, por exemplo, o Dudu mudou de lado e isso ajudou o Palmeiras a ter melhor desempenho no primeiro tempo. Abel deixou claro nesta sua resposta que o estudo das características dos jogadores adversários faz toda a diferença na preparação e explicou que o Flamengo possui uma estrutura defensiva sólida mas mais fixa, envolvendo os zagueiros, os laterais e o primeiro volante; e jogadores como Gabigol, Pedro, Everton Ribeiro e Arrascaeta possuem grande mobilidade em campo, o que facilita o trabalho quando se tem a posse de bola mas dificulta quando se está sem a bola, já que os jogadores não estão nos lugares certos para compor a defesa. Esta liberdade de movimentação exige alto nível de consciência tática para não comprometer a defesa. Creio que foi observando estas características que o Professor conseguiu instruir taticamente o nosso elenco para que pudesse usar isso a nosso favor, já que foi evidente a maneira como o Palmeiras anulou jogadores como Arrascaeta.

Abel Ferreira disse que não promete títulos, pois não sabe o que pode acontecer, mas que o elenco sempre dará o seu máximo e nunca faltará trabalho e dedicação.

Uma pergunta interessante e que o próprio Professor Abel Ferreira disse gostar de responder foi em relação à entrada de Mayke como ponta logo após o terceiro gol do Flamengo, como já havia ocorrido em partidas da temporada passada.

Abel afirmou que não foi uma opção unicamente defensiva mas também ofensiva já que depois do gol era esperado que o Flamengo crescesse ofensivamente. Além disso, segundo explicou  Abel Ferreira,  o lateral Airton era o que mais dava assistências e Mayke entrou com o objetivo de marcá-lo e ajudar na composição do ataque. Fez parte da estratégia a saída de Endrick e a entrada de Breno Lopes para dar equilíbrio ao time frente às investidas do rubro-negro.

Outra pergunta com resposta interessante foi a que se referiu ao Endrick e o Professor deixou claro que ele não deve voltar para buscar a bola mas deve ser servido e que seu lugar é na frente e na pequena área. Pelo jeito o treinador deverá trabalhar nesta questão pois todos sabemos que o Verdão não está habitado a jogar com um centroavante.

Outra questão interessante foi em relação ao Gabriel Menino. Um dos, senão o maior destaque desta partida, o Professor teceu elogios a ele mas deixou bem claro que ele não pode perder o foco nem cometer os mesmos erros do passado. Creio que Gabriel Menino tem tudo para se tornar um titular mas precisará receber sequência para isso.  

O  fato do Danilo ter deixado o elenco criou a oportunidade perfeita para que o Menino possa jogar mais e assim aperfeiçoar seu desempenho. O Professor contou que pediu o auxílio de Gómez e Zé Rafael para orientar Gabriel Menino e eles estarão dando o apoio dentro de campo para que nossa Cria progrida. O Professor ressaltou que Gabriel Menino possui técnica e que precisa aperfeiçoar a parte tática e o convívio com jogadores como Gómez e Zé Rafael poderá auxiliar nessa questão.

Pra finalizar, o Professor respondeu a uma pergunta envolvendo as críticas da torcida à diretoria e ele foi enfático ao dizer que se trata de questões políticas e que ele não vai falar sobre isso. Afirmou, porém, que a seu ver todos os torcedores, incluindo a torcida organizada, têm orgulho do trabalho que vem sendo feito.

E eu creio que ele não está errado, pois mesmo sofrendo críticas pontuais Abel Ferreira é muito respeitado pela torcida e vale lembrar que até aqui os protestos da torcida foram todos direcionados à diretoria do clube, não havendo menções nem ao Professor e nem ao elenco.

Enfim, foi uma coletiva tranquila, não apenas pelo fato de termos vencido e conquistado mais um título mas também pelo teor das respostas. O único momento onde Abel Ferreira se alterou um pouco foi ao descrever a situação envolvendo o erro de arbitragem que resultou na sua expulsão.

Como frisou o Professor, existe um plano traçado e aconteça o que acontecer, permaneceremos nele!

 

 

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