Analisando a Coletiva Pós-Jogo #3

 


Analisando a Coletiva Pós-Jogo #3

Ituano x Palmeiras - Paulistão 2023

 

Primeiramente gostaria de pedir desculpas pelo atraso na publicação desta análise. Resenhar dois jogos do Verdão no mesmo dia além de dar conta das minhas atividades diárias rotineiras foi bastante complicado!

Vamos para a análise! Eu realmente estava curioso para saber se haveria algum tipo de mudança de postura do Professor Abel Ferreira, já que na coletiva depois do Choque-Rei ele fez declarações contundentes que tiveram grande repercussão. Alguns órgãos da imprensa chegaram a afirmar que ele teria sido "enquadrado" pelas declarações que deu, o que foi desmentido por pessoas do Palmeiras.

Abel Ferreira começou a coletiva respondendo a uma questão sobre a vitória do Sub-15 que garantiu a vaga na semifinal da Copa Votorantim, a conquista do bicampeonato da Copinha pelo Sub-20 e como ele avalia o trabalho feito na base. O Professor teceu vários elogios tanto aos jogadores como à comissão técnica e exaltou o trabalho que vem sendo feito pelo Palmeiras ao longo dos últimos anos, citando alguns nomes como sendo alguns dos responsáveis pelo plantio que nos permite colher bons frutos hoje.

O hábito de ganhar está instalado neste clube, ainda hoje falei com a presidente Leila (Pereira) e ela dizia como doía o pescoço com as medalhas que tem (risos). Parabéns à formação, um trabalho feito há cinco ou seis anos. Eles trabalham muito bem. Parabéns para eles, mais uma Copinha com vitórias. Eu já disse várias vezes, o Palmeiras tem presente e futuro”.

Sobre a partida contra o Ituano, Abel foi questionado se via uma evolução da performance do time ao longo dos jogos, pois o resultado desta partida seria melhor em comparação ao desempenho nas partidas anteriores. O Professor respondeu que via esta evolução mas pontuou que o time já vinha bem pois sempre tem marcado gols, mesmo que muitas vezes foram anulados sem um critério claro e cobrou uniformidade de critérios, afirmando que tem dúvidas quanto a algumas anulações de gols.

Me chamou a atenção nesta resposta a parte final, quando ele afirmou que “estamos no caminho certo. Não há reforço nenhum que seja maior do que a força do nosso coletivo”. Na minha opinião foi uma referência direta à coletiva anterior, quando ele afirmou que o time precisa sim de reforços e que quer jogadores prontos.

Esta declaração pode ter ocorrido por dois motivos: primeiro para evitar jogar ainda mais água na fervura que envolve as questões das contratações de reforços, que têm deixado todos com os nervos à flor da pele. E segundo, pode ter sido uma atitude diplomática do Professor em relação ao próprio elenco, pois a sua declaração de que quer reforços e que sejam jogadores prontos para não repetir os erros do passado pode ter causado alguma repercussão negativa no vestiário, já que nas palavras do próprio Abel algumas contratações feitas pelo Palmeiras foram um erro. Pode ser que até mesmo a escalação de um time formado apenas por reservas para a partida contra o Ituano tenha sido uma forma do Professor mostrar que confia nos jogadores e aumentar a autoestima deles. No fundo pode ser também que seja apenas uma tentativa de desviar o foco do assunto contratações. Mas é claro que são as minhas impressões sobre este assunto.

Voltando a falar sobre as nossas Crias e se há alguma perspectiva no profissional em relação aos jogadores que venceram a Copinha, Abel lembrou que a mesma pergunta havia sido feita no ano passado e lembrou também que sete jogadores da base foram incorporados ao futebol profissional nesta temporada.

Afirmou também que a imprensa ajuda a causar ansiedade nos jogadores e na torcida ao tentar acelerar o processo envolvendo a subida dos jogadores da base e explicou que não dá pra subir todo mundo de uma vez.

Nisso eu concordo com o Professor Abel Ferreira. Já afirmei em várias ocasiões que a formação de jogadores na base ocorre de forma análoga a uma plantação, com cada "safra" sendo colhida e aproveitada no momento certo. Temos que compreender que nem todos os jogadores da base são fora da curva como o Endrick e que existem ciclos que precisam ser respeitados. Por isso critico a decisão do Palmeiras de manter no elenco jogadores como o Luan e o Marcos Rocha. Eu acredito que o ciclo deles no clube já se encerrou, eles já deram ao Palmeiras o que tinham que dar e é preciso abrir espaços para que possamos aproveitar as Crias que estão subindo. Será difícil usar tantos garotos talentosos se não abrirmos espaços para isso. O time titular só tem onze lugares!

Abel afirmou que o Palmeiras tem um planejamento neste sentido e pediu que nós torcedores confiemos nos jogadores, no treinador e na direção do clube pois, segundo ele, todos sabem bem o que devem fazer.

Perguntado sobre a importância do jogo da Supercopa do Brasil e se o fato de ter usado apenas reservas no jogo contra o Ituano seria uma indicação da importância que o Palmeiras dá a esta decisão, Abel foi enfático ao afirmar que o time foi montado desta maneira porque não haveria tempo hábil para o descanso dos titulares caso entrassem em campo.

O Professor explicou que o Palmeiras tinha pedido à Federação Paulista de Futebol (FPF) a antecipação em um dia das partidas contra o Botafogo-SP, o São Paulo e esta contra o Ituano, pensando na recuperação de seus jogadores. Segundo Abel Ferreira, a FPF se negou a fazer a antecipação das partidas e com isso a solução encontrada por ele foi viajar a Itu somente com reservas e Crias. Achei interessante que o Professor não considerou que o Palmeiras estivesse completo e com força máxima, já que viajou com apenas 17 dos 23 jogadores que poderia usar. Ainda segundo o Professor, este fato valoriza ainda mais a vitória obtida sobre o ituano e ele voltou a citar a força do coletivo e que nenhum reforço vale mais que esta força.

Falando a respeito das críticas e cobranças da torcida, Abel foi enfático ao dizer que o clube tem um foco e que todos trabalham segundo este foco. Afirmou que o Palmeiras já deu vários sinais ao longo dos últimos anos mostrando que é um clube sério e que por isso, nas palavras dele, desfruta hoje de respeito esportivo e financeiro tanto dentro como fora do Brasil.

Ele também afirmou que não tem tempo para lidar com o que as pessoas pensam sobre ele ou sobre o Palmeiras. Ele colocou parte da responsabilidade pelas narrativas que inflam os ânimos da torcida na própria imprensa e disse crer que todas estas críticas e cobranças são um sinal de que o ano será bom, já que desde que ele chegou no Brasil todo início de temporada tem sido assim, cheio de críticas e cobranças mas no final os resultados têm sido bons.

Ainda sobre a partida contra o Flamengo, o Professor afirmou que o Palmeiras jogará pra vencer, como sempre faz. Lembrou que o time já provou no passado que é forte no coletivo (mais uma vez citando a força coletiva) e que é com base nesta força que pretende enfrentar o rival carioca.

O maior orgulho que eu tenho como treinador é que, jogue quem jogar, seja contra quem for, a gente joga para ganhar e mantém a nossa identidade. Como diz o hino, atacante de raça e defesa que ninguém passa. É isso que você vê dentro de campo. Só tenho de continuar a acreditar na força coletiva da equipe”. Segundo Abel Ferreira esta é a filosofia que norteia o Palmeiras e é ela que embasa a preparação do elenco não apenas para a final de sábado mas para cada jogo que disputa.

Na sequência desta declaração o Professor voltou a ressaltar a importância que cada pessoa no CT, desde o porteiro até a presidente, tem na construção de um Palmeiras vencedor. Frisou mais uma vez a qualidade coletiva do elenco e mudou o seu tradicional "todos somos um" para "todos somos onze".

Destaco nesta reta final da coletiva a parte na qual Abel relembra a coletiva anterior e afirma que ainda existem uma ou duas dúvidas em relação ao elenco e que fora estas dúvidas o elenco segue firme no propósito de vencer e não se alterará a forma de ser do time. Nas palavras do Professor, "não sei se vamos vencer, mas ataque de raça e defesa que ninguém passa, isso é o que vocês verão lá dentro e é que nos dá o respeito dos torcedores".

Para concluir, o Professor Abel Ferreira enfatizou várias vezes a força coletiva do nosso time. Pode ser que ele tenha adotado esta postura para elevar o moral e autoestima do time depois das declarações da coletiva passada, como também pode ser uma maneira de fortalecer o elenco frente não apenas ao confronto contra o Flamengo mas também em relação aos próximos confrontos, até que cheguem os tão necessários reforços.

"O Palmeiras tem presente e tem futuro!"

 

 

 Sigam-me nas redes sociais: 

Twitter: @srsjoejp     Instagram: @sander_r_s 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O Palmeiras, o Mercado da Bola e o Fair Play Financeiro

Endrick completa 16 anos e assina seu primeiro contrato profissional

Duas vezes na mesma semana? Palmeiras anuncia a contratação de Artur