Carta aberta à presidente da Sociedade Esportiva Palmeiras, Leila Pereira
Carta aberta à presidente da Sociedade Esportiva
Palmeiras, Leila Pereira
Sra.
presidente
Como
torcedor do Palmeiras, sinto-me no direito de me dirigir respeitosamente à Sra.
para tratar de um assunto que considero de suma importância, que é a presença
do Sr. Olivério Júnior como prestador de serviços, nas dependências da
Sociedade Esportiva Palmeiras. É do conhecimento geral que a presença deste
assessor como prestador de serviços ao nosso clube, sendo ele declaradamente
torcedor de um dos nossos maiores rivais, tem causado insatisfação geral entre
os torcedores palmeirenses, chegando mesmo a provocar a manifestação de
torcedores e das nossas torcidas organizadas.
Embora no
mundo corporativo a competência se sobreponha à questões como para qual time o
colaborador torce, num clube de futebol esta mentalidade não prevalece. Num
clube de futebol, é necessário que os colaboradores sejam, além de competentes
para realizar as suas funções, torcedores do time para o qual prestam serviços.
Não se
trata de preconceito, mas de uma questão de respeito e até mesmo de lógica.
Respeito, porque consideramos o nosso clube como uma entidade especial, quase
sagrada, sendo o nosso estádio quase um santuário para todos aqueles que
compartilham do mesmo amor pelo nosso Palmeiras. E lógica, porque se nas
empresas os dirigentes procuram motivar os seus colaboradores para que
"vistam a camisa" da empresa e abracem a sua filosofia, para um clube
de futebol isto se torna muito mais fácil, ao trabalhar somente com torcedores,
que já amam o clube e estão dispostos a fazer o que for necessário para que o
clube progrida.
Aceitar que
torcedores de outros times nos prestem serviços e frequentem espaços dentro da nossa
casa que nem mesmo nós torcedores temos acesso, é difícil de aceitar. E fica
ainda mais difícil quando um prestador de serviços, torcedor de um dos nossos
maiores rivais, resolve discutir com torcedores do nosso clube dentro das
dependências do Allianz Parque, um local da mais alta importância para nós,
palmeirenses, e que, mais que um estádio, é onde nos sentimos em casa. Por
isso, um prestador de serviços que torce declaradamente para um time rival,
como é o caso do Sr. Olivério Júnior, se dar o direito de bater boca com torcedores
palmeirenses dentro da nossa casa, é inaceitável! É uma afronta inadmissível. É
uma falta de respeito não apenas com os torcedores envolvidos diretamente no
episódio, mas com todos os palmeirenses.
É por isso
que lhe escrevo esta carta aberta, para manifestar o que deixou de ser apenas
repúdio e se tornou a mais profunda indignação. E espero que a Sra., ao tomar
conhecimento destas minhas palavras, tome as providencias cabíveis e determine
o banimento do Sr. Olivério Júnior, proibindo a sua entrada em quaisquer
dependências pertencentes à Sociedade Esportiva Palmeiras. Sendo ele um
assessor de sua confiança, que ele continue a lhe prestar serviços longe do
nosso clube e do contato com os torcedores palmeirenses. E, de preferência, que
não seja pago com recursos do clube, mas que a Sra. possa contratá-lo
diretamente como seu assessor e a sua relação profissional com ele se dê fora
das nossas dependências.
A Sociedade
Esportiva Palmeiras é muito maior que uma única pessoa, seja ela prestadora de
serviços, seja ela a presidente do clube. Não falo como representante de
ninguém mais além de mim, mas acredito firmemente que muitos concordarão que a
torcida merece o respeito de todos, a começar por quem está no comando da
instituição. Como costuma dizer o Professor Abel Ferreira, todos somos um! Se isto é
verdade, então a ofensa a um torcedor, é uma ofensa a todos nós. Que isto tenha
logo um fim. Como já escrevi, esta situação é inaceitável e inadmissível.
No aguardo
de suas providências
Sander R. Souza
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